Lenine: lírico, carismático, conceitual e ousado

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O New York Times, em uma de suas publicações, definiu Lenine de o “Príncipe do Pop Brasileiro”. Endosso as palavras do jornal norte-americano afirmando que Lenine é um dos cérebros mais ferteis da música brasileira atual. A melhor tradução para tudo isso foi o show do artista pernambucano, na última sexta-feira (6), no Teatro Artur Azevedo, da turnê do disco “Chão” (Universal Music, 2011), o décimo da carreira de Lenine. A plateia ludovicense assistiu a um show ousado e conceitual feito para local fechado.

Com direção musical do próprio Lenine, em parceria com Bruno Giorgi [filho de Lenine] e JR Tostoi, direção de arte, cenário e iluminação Paulo Pederneiras, do Grupo mineiro Corpo, com Fernando Maculan e Gabriel Pederneiras, o show tem em cena três músicos – num espaço repleto de equipamentos eletrônicos e instrumentos – que levam as canções e reproduzem os ruídos orgânicos no palco.

A turnê, que teve início no Recife, passou também por São Luís, na sexta-feira Santa, é desenvolvida a partir do conceito do CD “Chão”, no qual o artista apresentação canções inéditas inseridas no novo trabalho e revisita canções de álbuns como “Olho de Peixe” (1993), “O Dia em Que Faremos Contato” (1997), “Na Pressão” (1999) e “Falange Canibal”. E o que se ouviu foi uma nova sonoridade e pulsação, aliadas a um cenário cinematográfico concebido pelo clã Pederneiras, que contribui para manter o foco em torno do conceito sensorial do espetáculo, além de um Lenine original com o seu sotaque brasileiro e nordestino.

Dueto

E quem brilhou no show de Lenine foi a maranhense Alcione, que contou com a participação dele em seu disco “Duas Faces – ao vivo na Mangueira”, gravado no Rio de Janeiro, como parte do projeto de comemoração dos 40 anos de carreira da artista.

Convidada de honra do músico pernambucano, ela legitima a condição de Diva, embora esteja a serviço do samba, como dona de um recurso vocal impecável. A marrom deu um banho de interpretação em “O Silêncio das Estrelas” e “Relampiano”, em dueto com Lenine. O público ovacionou os dois nesse encontro singular e de quebra de paradigmas para quem gosta de rotular.

Êxtase

Depois da participação de Alcione, Lenine continua a festa . No show em que a bateria foi esquecida, prossegue a sobriedade sonora com o público interagindo numa atmosfera de puro êxtase e flutuante.

Foram quase duas horas de show, com direito a bis, aplausos, e o que nos restou foi conceituar Lenine com um artista carismático que sabe se comunicar com o seu público e talvez, por isso, tenha construído uma carreira tão sólida. Embora pareça estar na contramão do óbvio, ele também agrada o ‘mainstream midiático das novelas e seriados da Rede Globo”. Enfim, só o som salva !

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