Por um São João democrático e sem Xenofobia !

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Estamos no mês de junho e diante da maior festa popular do Maranhão. Trata-se dos festejos juninos que para nós maranhenses tem uma singularidade. Aqui prevalece a diversidade das brincadeiras  {que não são minhas. Não são suas. São da humanidade]. Por conta disso, fazemos o diferencial. Agora, não podemos esquecer que a mistura dá um sabor especial na festa.

É natural os protestos de quem faz cultura e quem consome cultura com o discurso que não está se valorizando o local. Está legitimado na calçada da fama do folclore mundial, a importância do auto do bumba meu boi, a história de Pai Francisco e Mãe Catirina, do rufar do tambor de crioula, do remelexo e a sensualidade do coco e do cacuriá. Em meio a esse caldeirão efervescente ímpar que temos mostrar para o Brasil e para o Mundo, é necessário um pouco de multiculturalismo.

Eu nasci e cresci em São Luís vendo que as festas juninas eram feitas nos bairros em formato de mutirão. Depois, virou uma festa mercantilista em que todo mundo quer tirar proveito financeiro, seja com um produto de qualidade ou não. O importante é faturar. E quando esses grupos sentem seus interesses ameaçados por editais e a presença de artistas de fora, vem o discurso xenofóbico, utópico e populista de que estão desvalorizando “a cultura do Maranhão, em detrimento da produção de fora.

Até comungo da ideia do artista que vem de fora ter o cachê maior que o local ? Ao mesmo tempo, tenho resposta, que talvez não seja a mais convincente, para tal questionamento. Existe uma coisa chamada mercado e profissionalismo. Quando essas duas necessidades são alcançadas com êxito pelo artista, a valorização é reconhecida no palco. Aos oportunistas que se dizem eternamente prejudicados, restam duas alternativas: “pegar ou largar !”

Pois bem, maior que a polêmica, sempre, gerada em torno do assunto, é a participação de quem consome arte na festa. Desta forma, estamos contribuindo para a economia da cidade, para que ela fique mais enfeitada, colorida, alegre, atraente, principalmente, para quem vem de outro lugar prestigiar a nossa maior festança.

Assim como o Carnaval, nosso São João é na rua e não se paga ingresso para curtir as atrações. E se a democracia impera, nada melhor que deixarmos as “birras”, “marras” e “picuinhas” de lado, lamentar pelos que não vão à festa, curtir e vibrar com a mesma intensidade ao som de Elba Ramalho, Waldonys, Geraldo Azevedo, Nando Cordel, os bois da Maioba, Maracanã, Morros, Axixá, Pindaré, Pindoba, Madre Deus, Fé em Deus, Leonardo, Barrica, Seu Apolônio, Chagas, Chiador, Humberto de Maracanã, e todos arraiais espalhados em cada ponto de São Luís. Salve, a Cultura Popular do Maranhão e Brasileira e seus arquitetos !

3 comentários para "Por um São João democrático e sem Xenofobia !"


  1. pedro

    Muito legal parabéns.

  2. Manoela

    Comungo de sua opinião. Um pouco de multiculturalismo não vai acabar com a cultura popular. Vivemos em mudança, os grupos realmente profissionais e íntegros consigo e com o povo pelo qual se expõem, prevalecerão. Que assim seja!

  3. Pedro Sobrinho

    Esqueci de colocar no texto e você me alertou Tarcísio. Cuidado para o multiculturalismo não ficar muito acessível. Vc. tá certo, parceiro !

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