Semana da Cultura prossegue nesta 5ª

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A Semana de Cultura Popular do Maranhão prossegue nesta quinta-feira, dia 25/8, no Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, na Praia Grande. Haverá roda de conversa com o tema “Festa de Santo em Terreiro – São Luís Rei de França e Festa de São Benedito/Averequete, com o pesquisador Sebastião Cardoso e o mestre Pai Mariano, além da apresentação do Terreiro Ylê Axé Toy Bedigá.

O Santo Dá Licença

O tema “O Lúdico no Religioso – Quando o Santo Dá Licença para Brincar’ marcou o segundo dia da Semana de Cultura Popular do Maranhão. O evento, que traz como tema “Memória Documental – Um Instrumento da Superintendência de Cultura Popular pela Preservação da Cultura do Maranhão”, é promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Sectur).

Salvaguarda

Ana Maria Damasceno, diretora da Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, abriu os trabalhos desejando boas vindas. Ela destacou a importância do evento e convocou para falar Alaim Moreira Lima, Superintendente de Cultura Popular. Ele comentou sobre o lançamento do documentário “Memória Audiovisual”, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão – Fapema.

– Esse é o resultado de um trabalho digitalizado feito pela Fapema com 25 CDs, fografias e histórico de todas as edições da Semana de Cultura do Maranhão. É um resgate e salvaguarda desse tesouro cultural que existe aqui E todo esse material disponibilizando para as pessoas interessadas – ressaltou.

Reconhecimento

Neto de Azile, Superintendente de Patrimônio Cultural e Imaterial, garantiu a aprovação de um projeto de Lei do Governo o Estado, encaminhado à Assembleia Legislativa, criando dois Editais, cujo o objetivo é premiar os mestres e mestras da Cultura Popular do Maranhão, além de reconhecer pessoas que desenvolvem trabalho de pesquisa de preservação do Patrimônio Cultural existente no Estado, em suas diversas linguagens. Segundo Azile, os editais estão em processo de análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ-AL/MA).

Sincretismo

A roda de conversa teve como conferencista a pesquisadora e antropóloga Cláudia Gouveia, os mestres Dona Graça e Edivan, tendo como mediadora a antropóloga Juliana Nogueira.

Cláudia Gouveia comentou sobre a simbologia da festa do Divino e defende a tese que o ‘sincretismo religioso’ é um conceito ocidental. “Tendo como base a religião de matriz africana, as nossas casas são casas de festa que acontecem dentro de uma construção coletiva, que tem como códigos a ancestralidade, a fé e devoção, mas sem procurar entender o que é sagrado e o profano”, acredita.

Genética

Já os mestres Dona Graça e Edivan fizeram um registro oral, baseados na vivência, preservação e valorização da Festa do Divino. Questionado sobre o seu envolvimento como organizador da Festa do Divino do Cururuca, herdado pela avó, e a relação com o universo feminino das caixeiras do divino, Edivan falou do orgulho que tem em participar do ritual juntamente com as caixeiras.

– Existe uma mística que o toque de caixa do divino é exclusivamente das mulheres. Eu quebrei essa mística influenciado e convivendo com a minha avó, da mestra Dona Fausta, amiga da minha avó, e todas as caixeiras com quem eu tenho contato. É um orgulho para mim tocar caixa do divino. E existe um respeito mútuo. Tocar caixa também faz parte do universo masculino. Tudo é uma questão de você se permitir – afirmou.

Dança

No encerramento, houve apresentação do Carimbó das Caixeiras. De acordo com os pesquisadores, é uma dança-brincadeira das Caixeiras da Festa do Divino Espírito Santo do Maranhão, realizada após a derrubada do mastro, quando se reúnem para tocar caixa e dançar – para “vadiar”, como elas dizem.

Esta brincadeira tradicional é “matéria prima” inspirativa do “Cacuriá” – uma versão artística contemporânea, que inclui também contribuições de outros gêneros nordestinos como o caroço, valsa, lelê e baião -, difundido nacionalmente por Dona Teté (in memorian), Caixeira do Divino, com artistas do “LaborArte” – Laboratório de Expressões Artísticas, de São Luís – Grupo “Cacuriá de Dona Teté”.

Dança de rebolado, o Carimbó de Caixa é um dos mais expressivos gêneros do Bambaê, “primo-irmão” de outras manifestações dançantes da Costa da Amazônia e região Nordeste – como o Carimbó, o Samba de Cacete, o Lundum e o Bambaê do Rosário, no Pará; o Marabaixo do Amapá; e o Caroço, de Tutóia / MA – Delta do Parnaíba., com as quais comunga o rebolado e alguns de seus versos-cantorias, cujas expressões corporais e gestualidades na dança remetem aos animais.

Programação

Quinta-feira (25)

16h – Roda de Conversa
Tema: Festa de Santo em Terreiro
1 – São Luís Rei de França e Festa de São Benedito/ Averequete
Pesquisador: Sebastião Cardoso
Mestre: Pai Mariano
17h40 – Coffee break
Apresentação: Terreiro Ylê Axé Toy Bedigá

Sexta-feira (26)

17h – Lançamento do documentário “Memória Audiovisual de eventos da SCP”
17h50 – Coffee break
18h – Apresentação Cultural

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