Roberto Carlos rende-se a “Fé” com Rita Benneditto

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Sem essa de ‘toc’ religioso. Até Roberto Carlos rendeu-se ao som afro-espiritual-brasileiro que é marca registrada da cantora e compositora maranhense Rita Benneditto.

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Conhecida pelo show Tecnomacumba, que trouxe a música de macumba para o universo pop, ao ficar em cartaz por 11 anos ininterruptos (a mais longa turnê da música brasileira), Rita ganhou o aval do Rei para regravar seu sucesso ‘Fé’ (1978). A faixa ganhou pegada roqueira para seu novo disco, Encanto, com o qual ela inicia nova turnê a partir de 6 de março no Vivo Rio, no Rio de Janeiro. Na sequência, ela se apresenta em São Paulo, no HSBC Brasil.

Encanto marca os 25 anos da carreira de Rita, e é tão eclético (e inusitado) que tem ainda as participações especiais de um padre jamaicano (Priest Tiger) declamando o ‘Salmo 24’, e de um pai de santo incorporado em outra faixa (‘Extra’, de Gilberto Gil). Além de parcerias com Frejat, Arlindo Cruz e Paralamas. Aperta o play!

Fonte: Época

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Seu Jorge fala da vida difícil e filme sobre Pelé

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Deu no UOL

Uma das atrações do Sydney Festival, que reúne música, teatro e dança na cidade australiana até o dia 26 de janeiro, o cantor Seu Jorge relembrou a infância pobre em entrevista ao correspondente do jornal britânico “The Guardian”.

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A entrevista se concentra na virada da carreira do fluminense de Belford Roxo, que hoje vive com mulher e filhas em Los Angeles. Depois que o irmão foi assassinado, em uma batalha de policiais contra traficantes, Jorge passou os três anos seguintes vivendo nas ruas.

– É difícil conciliar essa juventude endurecida com o homem gentil à minha frente – escreveu o repórter Nick Olle, que entrevistou o cantor ao lado da piscina do Hotel Four Seasons, em Sydney.

– Eu me vinguei quando decidi fazer música e enviar uma mensagem boa para as pessoas – disse ele. – Tenho feito filmes e falado dessas histórias, mas, como artista, nunca toquei em favelas porque eu ralei muito para escapar disso. –

– Eu não quero voltar porque os ‘big boys’ vão dizer: ‘Eu quero conhecer o Jorge, quero encontrar com ele’. E eu não quero estar envolvido com essas coisas – disse ele.

O cantor ainda contou que decidiu viver nas ruas do Rio depois da morte do irmão porque se envolver com o crime seria ruim para os irmãos mais novos.

Além do passado, Jorge também contou que trabalha no segundo volume de “Músicas para Churrasco” e que se prepara para o lançamento de “Pelé”. No filme sobre o rei do futebol, Seu Jorge vive o pai do atleta no início da carreira.

“Eu amo jogar futebol”, disse. “Eu não tenho muita habilidade, mas cinema é mágico. Se você me vir no filme, vai dizer:’Uau! O Jorge sabe jogar’.”

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Criolina adere ao financiamento coletivo na internet

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O duo Criolina está com tudo. Depois de Luciana Simões e Alê Muniz passarem por várias cidades brasileiras (inclusive a cidade de Natal, no mês de fevereiro) e no Programa Encontro, apresentado por Fátima Bernardes, a banda, que está em fase de preparação de seu terceiro disco e, também, do seu primeiro videoclipe. E você, internauta, pode ajudar.

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A banda recorreu ao financiamento coletivo na internet, pelo processo de crowndfunding, para lançar o videoclipe, que será feito pela Gataria, produtora de cinema e vídeo de São Paulo que fez a proposta ao duo de São Luís.

“(…) precisamos de ajuda pra bancar os custos de produção e por isso cá estamos, passando o nosso chapéu. Convidamos você a embarcar nessa aventura com a gente!”, disse a banda na página do grupo no Catarse.

Quem ajudar o grupo a bancar o videoclipe, será recompensado, segundo afirmam os próprios músicos. “É assim: você decide com quanto quer e pode ajudar e, em troca, escolhe entre diversas opções de recompensas – de CD autografado, camiseta e link para escutar o próximo disco, em primeiríssima mão, a serenata VVVVIP, com direito a jantar preparado pela Luciana Simões – na sua casa”, afirmam o duo.

Para mais informações, acesse a Fan Page do grupo e/ou a página deles no Catarse.

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Rapper Criolo: suspeito de plágio ?

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O fim de semana foi de celebração para Criolo. Nos dias 22 e 23 de agosto, o artista deu uma pausa na gravação de seu terceiro álbum para fazer shows concorridíssimos ao lado de Milton Nascimento, no HSBC Brasil, em São Paulo, o que foi interrompido, na primeira noite, devido “Bituca” ter se sentido mal no palco no primeiro show.

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Batizado de “Linha De Frente – Milton Nascimento Convida Criolo”, o espetáculo passou com sucesso por Belo Horizonte em junho e segue para o Rio de Janeiro em setembro. Já o domingo (24/8) foi um dia de festa para o compositor Armando Fernandes, que completou 76 anos de vida. Mas o mineiro, conhecido pelo apelido de Mamão, poderia estar bem mais feliz.

Criolo e Mamão, que nunca se encontraram, estão conectados por uma suspeita de plágio difundida pelo YouTube e em fóruns de discussão da internet. “Linha De Frente”, samba lançado por Criolo em Nó Na Orelha (2011), tem melodia e arranjo exageradamente parecidos com “Tristeza Pé No Chão”, composição de Mamão gravada com enorme sucesso por Clara Nunes, em 1973, e regravada por Zimbo Trio, Meirelles E Sua Orquestra, Alcione, Teresa Cristina e Grupo Semente, Zeca Baleiro, entre muitos outros. “Linha De Frente” passaria até como uma paródia da música do mineiro, tamanha a semelhança da primeira estrofe. Mas, nos créditos de Nó Na Orelha, apenas uma pessoa é citada como autora da faixa: Criolo.

Billboard Brasil localizou Mamão em sua residência, em Juiz de Fora, MG. Ainda escrevendo um sambinha aqui e outro acolá, mas sem nunca mais ter experimentado um êxito como o da música em questão, ele classifica o caso como escandaloso. “Tomei conhecimento depois que o cara [Criolo] veio fazer um show aqui em Juiz de Fora [em 2012]. Alguns amigos foram e me falaram ‘pô, Mamão, que coisa interessante, a primeira parte de uma música dele é todinha daquela sua que fez sucesso com a Clara’. Uns cantavam para mim, aí vinham outros e cantavam também. Eu dizia: ‘será que é isso mesmo?’ Até que ouvi a gravação. Realmente, é escandaloso o negócio. O cara gravou como se fosse dele!”

Como “Tristeza Pé No Chão” é editada pela EMI, Mamão aguarda que a multinacional tome alguma providência quanto à situação. “Sei que já teve caso de nego mover uma ação, correr atrás para ver o que é de direito. Mas, em princípio, pensei que esse cara tinha feito isso num CDzinho que não fez sucesso. Achei melhor deixar para lá. Mas tá em aberto. Vou acabar ligando para a EMI para dizer ‘corre atrás disso aí! Tem um crioulo nos roubando!’ E eles não costumam deixar por menos, não”, diverte-se o autor, já imaginando a hora em que apresentará o seu samba e alguém irá identifica-lo como sendo de Criolo. “Pode acontecer isso, de um sujeito falar ‘ô, Mamão, você tá plagiando o outro lá’. Até explicar que focinho de porco não é tomada…”

Outras faixas de Nó Na Orelha creditadas apenas a Criolo têm suas autorias questionadas em blogs e comunidades do Facebook, casos de “Lion Man”, cuja base lembra o tema de jazz etíope “Selametaye Yederes”, gravado pelo cantor Tlahoun Gessesse, e de “Subirusdoistiozin”, cujo piano remete à gravação de Clara Nunes do clássico “Sabiá”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas – piano esse sampleado (com os devidos créditos) pelo grupo japonês Rip Slyme no hit “Nettaiya”, de 2007. Criolo foi procurado por Billboard Brasil para comentar a relação entre “Linha De Frente” e “Tristeza Pé No Chão”. Após acenar com uma possibilidade de entrevista, a assessoria do artista não retornou mais os e-mails. Texto: André Barcinski

 

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Limonada: Música Maranhense na Vitrola

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Discotecagem de Música maranhense com JORGE CHOAIRY E JÉSSICA GOIS, no sábado (23/8), no projeto Limonada, na Guest House, na Rua da Palma, 142, Centro. E, ainda, vai ter exibição de curtas, palco livre com convidados, comidinha, exposição de arte e brechó.

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O comandante do set maranhense já está afinando a vitrola pro Limonada! E ainda vai ter exibição de curtas, palco livre com convidados, comidinha, exposição de arte e brechó. Acompanhe nossa página e fique por dentro do que ainda vai rolar dia 23.

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Música no Espigão Costeiro, na Ponta D´Areia

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O Espigão Costeiro da Ponta d’Areia está sendo palco do Projeto Som na Ilha. O lançamento ocorreu no fim da tarde desse sábado (9), e teve como atração Jayr Torres Quarteto Jazz. A ação, que ocorrerá todos os fins de semana, traz neste sábado (16), o grupo Instrumental Pixinguinha, também da Escola de Música do Maranhão “Lilah Lisboa”.

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A proposta do projeto é aliar a beleza do local, o espetáculo do pôr do sol e a boa música instrumental produzida no Maranhão. A coordenação é do governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado de Cultura (Secma), Infraestrutura (Sinfra) e Comunicação Social (Secom).

O projeto de urbanização do Espigão Costeiro inclui a construção de duas praças, quiosques para venda de artesanato maranhense, lanchonetes, iluminação, proteção de laterais, locais para coleta de lixo, pontos de observação e, ainda, calçadão para práticas esportivas como corrida, ciclismo e caminhadas, e reforma do Memorial Bandeira Tribuzi.

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Abertas as inscrições para o Prêmio Caymmi

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Reconhecer, fortalecer e premiar a produção musical baiana, impulsionando novas criações: eis a missão do Prêmio Caymmi de Música, que abre oficialmente no dia 11 de agosto suas inscrições. Estimulando a cadeia produtiva e promovendo a difusão da criatividade artística de compositores, intérpretes e grupos musicais, o Prêmio Caymmi terá duração total de dez meses, culminando na festa de premiação, que acontece no dia 30 de abril de 2015, no Teatro Castro Alves. As inscrições ficam abertas até o dia 30 de setembro e podem ser realizadas através do Portal www.premiocaymmi.com.br ou através da Caixa Postal 4119.

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Dividido em três categorias distintas – Show, Música e Videoclipe – o Prêmio Caymmi vai premiar os melhores intérpretes, direção artística e musical, cenário, iluminação, sonorização, produção, arranjo musical, fotografia, roteiro, entre outros quesitos. A premiação permite a inscrição de um projeto por categoria e além das categorias oficiais, também contemplará uma Categoria Especial, onde a Comissão Julgadora premiará projetos de destaque na área de produção musical. Para se inscrever, o artista deverá ser baiano ou residir na Bahia por no mínimo 03 anos. No caso da inscrição de bandas e/ou grupos, os integrantes deverão ser majoritariamente baianos. O regulamento completo do Prêmio pode ser conferido no Portal da premiação.

Formada pelos músicos Luciano Bahia, Luisão Pereira e Claudia Cunha e pelos jornalistas Hagamenon Brito e Luciano Matos, a Comissão Julgadora do Prêmio Caymmi será responsável pelas etapas de seleção dos habilitados em cada categoria, pelas indicações dos finalistas e escolha dos ganhadores.

O Prêmio Caymmi de Música é uma realização da Via Comunicação e Eventos e conta com o patrocínio da GVT, da Prefeitura Municipal de Salvador e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através da Lei de Incentivo Fiscal FazCultura.

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Gente Humilde é a música + regravada de Chico

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A faixa “Gente Humilde”, sucesso nos anos 1970, é a música do cantor e compositor Chico Buarque que mais recebeu versões de outros artistas, divulgou nesta quinta (5) o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

Lançada em 1970 no álbum “Chico Buarque de Hollanda – Nº4”, a faixa foi composta ainda nos anos 1950 pelo violonista Aníbal Sardinha, o Garoto, e ganhou letra de Vinícius de Moraes em 1969, após a morte do músico paulistano.

Entre as versões mais conhecidas estão as de Maria Bethânia, Renato Russo, Baden Powell, Angela Maria e Chitãozinho e Xororó.

Na segunda e terceira posições das mais regravadas de Chico ficaram as clássicas “Anos Dourados” e “Retrato em Branco e Preto”, ambas compostas em parceria com Tom Jobim. Segundo o Ecad, as 502 obras cadastradas do músico no escritório contam com 930 regravações.

Já entre as mais tocadas de Chico Buarque nos últimos cinco anos estão “Iolanda”, “A Rita” e “Cotidiano”, seguidas de “Samba do Grande Amor” e “Anos Dourados”.

O ranking leva em consideração execuções em festas, casas noturnas, emissoras de rádio e shows

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Anna Torres e o Clipe da música ‘Grudou’

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annatorres510A cantora maranhense Anna Torres, radicada na França, acaba de lançar o clipe da música “Grudou”. A gravação foi feita no Rio de Janeiro, com as participações do grupo da Escola Capoeira Cidadã, o grupo de dança de Jazz Carlota Portella do Rio, o coreógrafo Michell Baes. O figurino é de Rodrigo Raposo e o roteiro de Vivian Pearl, que trabalha na produção da global Ana Maria Braga. A filmagem ficou por conta da equipe que trabalha na produção da cantora de funk, Anita.

Segundo Anna Torres, a música é sucesso na França e foi lançada por ela em show na Argélia, onde o país comemorava a participação na Copa do Mundo no Brasil, em junho deste ano.

 

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Banda Black Rio experimenta renascimento

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Poucos discos como Maria Fumaça da banda Black Rio estão presentes tanto na discografia obrigatória de colecionadores de música instrumental brasileira e jazz, quanto dos DJs de hip hop e música eletrônica. Enquanto um vinil da edição original norte-americana, da Atlantic, chega a ser vendido por U$ 500 (cerca de R$ 1.160), a brasileira Polysom relançou recentemente o vinil de 180 gramas (R$ 89,90).

O relançamento é mais um desdobramento do culto à banda que imprimou brasilidade no funk e soul, tornando-se referência em um espectro que vai do hip hip dos Racionais Mcs, grupo do DJ KL Jay, às batidas quebradas do DJ Marky.

“Esse disco é muito louco porque Maria Fumaça era tema daquela novela Locomotivas. E era um disco de funk mesmo, porque no Rio, nessa época o Rio era forte, existiam muitas festas de soul. Tinham até aqueles discos do Big Boy, Ademir Lemos, tinham esses caras aí. Existia uma cena grande em São Paulo dessa galera, Chic Show, Zimbabwe… Mas esses caras do Rio eram fortes”, relembra Marky, maior nome brasileiro da eletrônica.

“Em mim ele bateu em três teclas. Eu era moleque, primeiro eu lembro que era a abertura da novela. E tinha a segunda música que era meio hit que os caras da minha rua tocavam, mas era uma outra versão. Na verdade o que os caras tocavam era o Uncle Funk do (Eumir) Deodato, e que na Black Rio é Mister Funk Samba. O Deodato, na verdade, acabou fazendo uma outra versão dessa música. Mudou o nome, mas como o Deodato estava lá fora, era uma peganda mais groove, uma pegada funk, mas meio jazz. Tem esse contratempo. E a terceira para mim foi Casa Forte, do Edu Lobo, que é do disco”, conta o DJ, conhecido por seus sets de drum´n´bass, mas que é uma enciclopédia musical, conhecedor de diferentes gêneros, como jazz, soul, funk e música brasileira.

Já KL Jay também aponta a importância do disco. “Para mim eles são tão importantes quanto os grandes: Tim Maia, Jorge Ben, Djavan, Gilberto Gil, são tão importantes quanto”, diz. Maria Fumaça tem um lugar especial na estante e na memória afetiva para KL Jay, da mesma maneira que para Marky. “Ele deu início às minhas audições de música soul brasileira, funk e soul brasileira. Não só deu início como somou na coleção. É um disco que é famoso nas rodas dos DJs”, levanta.

DJ do grupo que é “apenas” o maior nome da música brasileira hoje, KL Jay sustenta que o preconceito afastou o ouvinte brasileiro de um tesouro apreciado mundialmente. “O Brasil é preconceituoso, racista. Faz parte da cultura do Brasil ser racista e preconceituoso, os artistas negros, os pretos, sempre foram rejeitados, o país sempre quis esconder isso aí”, dá a letra.

Entre muitas inovações que Maria Fumaça e a Black Rio trouxeram para a música brasileira está a maneira como Claudio Stevenson tocava guitarra, especialmente na divisão rítmica e na criatividade de aproximar o instrumento até mesmo da cuíca. Stevenson, que morreu em 87, tem seu legado levado adiante por Livia Stevenson, sua irmã.

“O Claudinho era muito novo. Tinha só 21 anos quando gravou esse primeiro disco da Banda Black Rio. Os outros musicos tinham entre 27 a 33 anos”, aponta.

“Ele era um cara carinhoso, tranquilo, engraçado e muito centrado. Estudava música muito sempre minuciosamente, desde Valdir Azevedo a George Benson. Era muito querido por todos. Faz muita falta por aqui. Sempre encontro alguém que tem uma história bacana pra contar. Isso é muito especial pra mim. Espero que do ‘segundo andar’, onde ele está, que esteja acompanhando o relançamento e torça para que o Brasil consiga finalmente curtir o som como a turma fora do Brasil faz”, afirma Livia.

Sobre como era o irmão na intimidade, ela conta que o músico era guiado pelos sons. “O Claudinho era apaixonado por música. Nao me lembro de nunca tê-lo visto ficar sem tocar nenhum dia desde que botou a mão no primeiro violão. Ele tocou praticamente todos os dia de sua vida. Fomos criados em Ipanema e morávamos em frente ao Tom Jobim. A música estava em toda a parte”, afirma, de Nova York, onde trabalha como chefe de cozinha e com negócios relacionados ao meio musical.

Livia afirma também se manter próxima dos músicos da banda original. “Faço o trabalho de administradora da banda e tenho um relacionamento muito íntegro com todos os músicos que fizeram parte da banda. Somos uma família”, compara.

“Tivemos quatro músicos importantissimos e muito queridos que faleceram, o Barrosinho (trompete), Claudinho Stevenson, Luiz Carlos Batera e o Oberdan Magalhães (saxofone). Todos os que estão por aqui continuam trabalhando dentro e fora do Brasil com artistas brasileiros e estrangeiros. Eles são: Jamil Joanes (baixo), Cristovão Bastos (piano), Darci Trombone, Lúcio Trombone, Paulinho Black, Jorjão Barreto (teclados)”, aponta Livia.

Para a irmã de Claudinho, a atual formação da Black Rio não representa o legado do grupo. “A nova Black Rio surgiu sem o nosso conhecimento e consentimento. O filho de um dos músicos fundadores da Black Rio vem fazendo um trabalho que é dele e não da Black Rio original. Acho muito bacana filhos de músicos tocarem e terem a influência do trabalho de seus pais. Mas sempre respeitanto o espaço do próximo. É como se o filho do John Lennon resolvesse recriar os Beatles. Pela forma como a nova Black Rio foi criada, infelizmente não há como abençoarmos este trabalho”, diz.

Livia opina que o vanguardismo do grupo foi uma barreira para o Brasil do terror da ditadura. “O Brasil em 1977 não estava preparado para ouvir e dançar a musica instrumental da Black Rio, como ainda não está! Haja visto o Bicho Baile Show com o Caetano Veloso. Uma obra de arte a fusão da Banda com o trabalho do Caetano que infelizmente nao teve muito sucesso em 1978. Era um show ao vivo onde as cadeiras do teatro Carlos Gomes foram retiradas para dar lugar à dança. Levariam muitos anos até que o público entendesse o que foi feito de verdade”, constata.

Em seguida, ela põe o dedo na ferida. “O Brasil ainda está engatinhando. Existe uma elite que ouve e aplaude esse tipo de trabalho, mas é muito pequena comparada com a população do pais. O brasileiro só consegue ouvir e aplaudir se tiver letra. Fora do Brasil as pessoas ouvem se emocionam compram e gostam da música instrumental.”

A irmã do guitarrista também faz uma revelação que pode ter uma carga histórica, que seu irmão usou uma partitura para gravar o Maria Fumaça. Círculos de pesquisadores sempre sustentaram que as gravações haviam sido feitas sem um “plano de voo”, como a própria Livia aponta: “Esse disco foi praticamente gravado sem partituras há 36 anos. Na base do improviso mesmo. Existe só uma partitura que foi usada no estúdio que era do meu irmão e que guardo com muito carinho”, diz.

Para ela, o segredo do sucesso do álbum deve-se ao à amizade e à criatividade dos músicos envolvidos no registro. “Acho que paixão pelo ritmo, a união dos músicos e a forma como eles harmonicamente usaram os elementos do samba, jazz e funk. Foi uma fórmula única e altamente sofisticada que deu certo. Por alguma razão, ninguém ousou copiar ou repetir a dose no mesmo nível. Acho que o sucesso no exterior esta aí, vem do fato de ter se tornado um trabalho único, que permaneceu exclusivo durante o tempo inteiro de sua existência”, defende.

Livia vê a luz no fim do túnel e ele é uma locomotiva do funk e soul brasileiro. “Eu gostaria muito de poder ver o Brasil agora usar essa chance de ter o Maria Fumaça nas mãos, de ouvir esse trabalho como o mundo vem ouvindo há tanto tempo. Será maravilhoso.” Já está sendo.

Deu no UOL

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