Luiz Pazzine será homenageado na Semana de Teatro

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Na 11ª edição da Semana do Teatro no Maranhão, que começa na segunda-feira, dia 26/9, e vai até o dia 2 de outubro, o homenageado será Luiz Pazzine, professor, ator e diretor paulista, radicado no Maranhão há mais de 20 anos.

Luiz Pazzine, homenageado da 11ª Semana do Teatro no Maranhão. Foto: Divulgação
Luiz Pazzine, homenageado da 11ª Semana do Teatro no Maranhão. Foto: Divulgação

Em sua homenagem será realizada a Mostra Luiz Pazzine que englobará quatro espetáculos: “Negro Cosme”, “Cofo de Estórias”, “Pigmaleaõ” e “Lulu”.

Perfil

Luiz Roberto de Souza, nome artístico Luiz Pazzini. Nascido aos 6 de outubro de 1953, em Severínia – SP. Avós paternos escravos negros-retirantes da Bahia e por parte materna imigrantes italianos, ambos foram para SP.

No primário sempre era escolhido para declamar poesias, principalmente a Canção do Exílio do poeta Gonçalves Dias. Formado pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, com quatro montagens nos finais de cada ano, sendo três com cortes textuais e “censura vigiada” da Ditadura Militar.

O último espetáculo da EAD, com “Tudo em Tudo”, do psiquiatra R. D. Laing, permaneceu em cartaz durante cinco meses e com apresentação no Festival de São José do Rio Preto, primeira peça de teatro filmada a cores pelo extinto prédio TV Cultura, e devido ao incêndio em suas instalações, esta documentação foi perdida.

Cursou a Escola de Bailados do Município de São Paulo (clássico), jazz, dança educativa moderna, capoeira e trapézio. Participou de espetáculos de final de ano de escolas de dança. Participou de espetáculos em sessões “malditas” (meia-noite) em boates e teatros.

Cursou a Universidade São Judas Tadeu, como bolsista integral, na Habilitação em Artes Cênicas, montando espetáculos e performances durante as disciplinas, incluindo espetáculos que circularam pelos teatros e escolas particulares e públicas. Foi integrante do grupo Boca de Cena, com a montagem “O Encoberto” (D. Sebastião), da dramaturga portuguesa Natalia Correa, em diversos Seminários nacionais e internacionais das universidades públicas e privadas de SP.

Foi professor do Externato Elvira Brandão, realizando com as turmas experimentos interdisciplinares com professoras de Música e Artes Plásticas. Montou o espetáculo “Ecos de Vida” com todos os discentes do primário (manhã e tarde), mais ou menos 500, sendo convidado para uma apresentação na ECO-RIO/1992, sendo impossível o translado de tantos discentes. Participou como diretor em Festival das Escolas do Grupo e premiações no 1º Festival de Teatro de Guarulhos, das escolas públicas como diretor, melhor ator e iluminação.

Professor da Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Artes, a partir de 1992, Curso de Licenciatura em Educação Artística – Habilitação em Artes Cênicas e Licenciatura em Teatro, a partir de 2005, com aposentadoria em 2015. Defendeu no Curso de Especialização do Ensino Superior – CEMES – Depto. de Educação I, com foco nas Peças Didáticas brechtianas e no Teatro do Oprimido de Augusto Boal.

Defendeu sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Teatro, da Escola de Comunicações e Artes – USP, como Mestre em Artes, com o título “Heiner Müller no Brasil: A Recepção de A Missão (1989 a 1998)”, fruto da montagem da obra mülleriana que aponta o Terceiro Mundo como “tumores benignos”, centrando sua temática na primeira revolta negra – do Haiti.

A partir de sua dissertação sua pesquisa sobre a memória continua com os discentes do Curso de Teatro, com intertextos que fazem parte da obra de Müller, como Danton, o processo da revolução, Woyzeck, de Georg Büchner, Fragmento Fatzer de Bertolt Brecht.

Montou o espetáculo “Victor e os Anjos”, roteiro de Pazzini, em que inclui na sua pesquisa um fragmento da Balaiada – “O Julgamento de Negro Cosme”, que dará início às atividades sobre a pesquisa da memória afrodescendente maranhense, a partir de 2001, com a greve de ocupação nacional dos professores das federais, em que dará o nascimento do Grupo Cena Aberta.

Contemplado com prêmios federais que oportunizaram a continuidade da pesquisa, resultando no espetáculo “Diálogos das Memórias: Imperador Jones”, com apresentações de performances, fragmentos e espetáculo completo, em diferentes espaços do Patrimônio Histórico e Artístico do Maranhão.

A partir de 2010, a pesquisa sobre a memória da Balaiada toma seu rumo definitivo, com “Negro Cosme em Movimento”, em que participa de eventos da UFMA, e realiza apresentações nas cidades-estações da revolta (Nina Rodrigues, Caxias e Itapecuru-Mirim), e passa a ofertar oficinas de inclusão dos oficineiros com os atuadores do Cena Aberta.

O texto é do dramaturgo maranhense Igor Nascimento, intitulado “Caras Pretas”. Na esteira da pesquisa sobre a memória maranhense montou o “ABC in Processo”, de Aldo Leite, contemplado pelo Prêmio de Teatro Myriam Muniz. Outros textos foram montados pelo grupo, que está “debutando” neste ano, seus quinze anos.

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