Crise no Axé e a música baiana se reinventa

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Deu no UOL

A música baiana está diferente. Com um cenário múltiplo e um momento de alta produção, artistas, bandas e projetos surgem, assumindo o sotaque, a tradição e uma forte atração com o popular. É o caso do BaianaSystem, Orkestra Rumpilezz, Vivendo do Ócio, Bemba Trio, A.MA.SSA, Russo Passapusso, Márcia Castro, Maglore, Lucas Santtana, entre outros. A nova geração não se define por um estilo, nem por uma época, mas por uma nova forma de pensar e produzir música, sem esquecer as raízes da terra.

Uma parte dessa turma se apresenta em São Paulo em mais uma Invasão Baiana nos dias 20 e 21 de abril. Isso porque já aconteceu uma Invasão Paraense, em 2012, e uma primeira versão baiana do evento, em fevereiro, em Brasília, tudo promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil. Dubstereo, Vivendo do Ócio, Maglore, Tom Zé, Marcia Castro, Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz e BaianaSystem fazem a festa no Vale do Anhagabaú. O evento é gratuito.

“Essa ‘Nova Música Baiana’ é tão diversa que não cabe em um estilo musical só. É uma porrada de gente que faz um som completamente diferente um do outro, mas que dialoga entre si. Esse é o nosso jeitinho apimentado de fazer música”, disse Dieguito Reis, baterista da banda de rock Vivendo do Ócio. Ele tem razão. Do rock ao pagodão, passando pelo rap, o dub e o arrocha, a nova onda musical vinda da Bahia agrega sonoridades distintas e arrasta multidões, mesmo sem espaço nas rádios ou televisão.

“Nosso modelo [de negócios] é outro, não precisa estar na televisão todo dia fazendo qualquer coisa para aparecer, não precisa de milhões para fazer o business rodar, não precisa desse modelo de sucesso”, contou o músico Lucas Santtana. Ele se refere também à crise que a indústria do axé music está passando.
Na última segunda-feira (14), Durval Lelys, cantor do Asa de Águia, anunciou uma pausa da banda. Em 2013, Bell Marques, do Chiclete com Banana, já havia divulgado sua carreira solo para o desespero dos fiéis “chicleteiros”, fãs da banda. “O movimento da axé music se exauriu. Isso abriu espaço para que outras coisas surgissem. O cenário é mais dinâmico”, disse Marcia Castro.

Paralelamente, o show mais lotado do último Reveillon em Salvador, com cerca de 150 mil pessoas em frente ao palco, foi o do cantor Pablo, com o seu arrocha apaixonado. Já o trio elétrico do BaianaSystem arrastou uma multidão de público no Carnaval de 2014 e têm lotado todas as apresentações. Mas afinal, o que está mudando na música produzida na Bahia?

“O que se entende como axé não é um gênero musical, é o mercado que se fez em torno de um formato de música e de produção. A Bahia sempre produziu muito, e nesse momento as coisas começam a ser mais vistas, pelo próprio desgaste desse mercado do axé”, explicou Roberto Barreto, integrante e fundador do BaianaSystem.

Com conceito audiovisual, a banda trabalha com projeções, arranjos eletrônicos, percussão, letras marcantes e influências fortes da música brasileira, jamaicana e africana. Eles são a cara da nova safra musical da Bahia e, depois do show em São Paulo, já têm novo destino: o New Orleans Jazz & Heritage Festival, em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Depois é a vez da Orkestra Rumpilezz partir para ares internacionais. A banda embarca na sua segunda turnê européia em junho, passando pela Alemanha, Suíça e Holanda.
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Mesmo longe de casa, afinal, alguns desses artistas já assumiram endereço em São Paulo ou Rio de Janeiro, como é o caso de Lucas Santtana, Maglore e Marcia Castro, eles ainda mantêm os laços com Salvador. As novas produções musicais têm o cuidado de dialogar com a cidade, misturando sonoridades populares. Em alguns dos hits do BaianaSystem, como na música “Terapia”, lá estão as influências do pagode baiano e do arrocha.

Outro projetos, como o A.MA.SSA trabalham novos elementos musicais também em cima do pagode. Já a Orkestra Rumpilezz, mistura o erudito e o popular, com influências africanas e muita percussão. Nessa mistura, até o rock da Vivendo do Ócio, que começou entre bebidas e amores, trouxe a Bahia como protagonista na música “Nostalgia”.

Nesse caldeirão musical, um detalhe que chama atenção é a parceria e o espírito de união entre os artistas. Eles se ajudam, são parceiros de shows, músicas e álbuns. O maestro Letieres Leite é um dos mais ativos, colaborando com diversos artistas, enquanto Russo Passapusso, vocalista do BaianaSystem, mantém projetos paralelos como o Bemba Trio e o DubStereo.

“Acho que isso é uma coisa que demorou muito pra chegar e ser entendida em Salvador, talvez pelo formato que foi criado anteriormente. Isso começa a dar resultados agora, e muitos dos artistas dessa “nova geração” colaboram e tocam juntos em muitos projetos”, disse Roberto. “Nós tivemos que inventar o nosso modelo, e isso acabou sendo muito bom para nós e para a música”, justificou Lucas Santtana e adiantou: “tenho conversado com Betinho [Roberto Barreto] para participar do próximo [trabalho] do BaianaSystem”.

Já foram os tempos das poucas novidades musicais vindas da Bahia. A nova geração de artistas, muito mais unida e parceira, se inspira nas ruas e abraça o popular com carinho. Com shows lotados e vibrantes em Salvador, além de turnês nacionais e internacionais, é possível dizer que a mudança vem chegando em bom momento.

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Violência que só produz tragédia

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Para quem acha que o programa global Esquenta, apresentado por Regina Casé, é o mais conservador da televisão brasileira. Uma versão barulhenta e colorida de velhos costumes, está completamente enganado. O programa tem como positivo em seu ‘cast’, o maior percentual de afrodescentes da TV aberta. E constata uma realidade em que a maioria da afrodescendência brasileira vive do subemprego ou desempregada. Vive a margem do processo  econômico, social e político desse País, mas se diverte como pode, o que para muitos pode parecer estereotipado, mas é a verdadeira cara do Brasil. De um Brasil, que por falta de políticas de governo consistente e verdadeira, exclui, patrocina a segregação social e racial, deixando o pobre, especialmente o povo afrodescente, à margem e sem o direito de ser levado a sério. Apenas servem como as vítimas constantes de uma violência desmedida, praticada por policiais transformados em “máquinas de matar”.

E o que se observa mais uma vez no noticiário nacional, um jovem afrodescente, pobre, morto. Trata-se de Douglas Rafael da Silva Pereira,  DG de 25 anos, que acabou morrendo, ao tentar de se livrar da violência, provocada pelo confronto entre o Estado e o Crime Organizado, que se instalou nos centros urbanos e periféricos do País.

Um laudo preliminar da Polícia Civil sobre a morte de Douglas aponta que a morte do dançarino do programa “Esquenta” — cujo corpo foi encontrado nesta terça (22) — pode ter ocorrido por conta de uma queda. A perícia preliminar, chamada de laudo de local, foi feita instantes após o corpo ser encontrado. Amigos, no entanto, apresentam outra versão. Ele teria sido confundido com um traficante por PMs e fugido dos tiros, antes de ser espancado até a morte. A UPP nega. As ruas de Copacabana e Ipanema viraram um cenário de guerra. Helicópteros sobrevoavam a região. Tiros e muito quebra-quebra foram relatados por moradores da região, assustados.

O clima é de tumulto e polêmica. Mais um caso que ganhou repercussão internacional. Além do Rio de Janeiro ser uma das cidades-sede da Copa do Mundo, DG trabalhava como mototaxista e bailarino do “Esquenta”, da Rede Globo, apresentado pela renomada Regina Casé. Mais um trabalhador brasileiro que usava a alegria e a criatividade ´para viver dignamente como cidadão. E lamentavelmente teve o fim triste como milhares de jovens espalhados por esse país que tiveram o sonho abortado por uma violência cujo o capítulo não têm fim.

Por ironia do destino,  DG encenou a própria execução em curta-metragem, exibido em junho do ano passado. No curta “Made in Brazil”, [Clique Aqui] produzido para ser apresentado em um festival em Nova York, Douglas interpreta DG e é morto por policiais militares. Na vida real, ele foi encontrado com sinais de espancamento dentro de uma creche. Como cita Regina Casé em nota: “é preciso buscar a verdade”.

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Anitta faz desafios aos críticos de plantão

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Enquanto alguns podem criticar a cantora Anitta pela simplicidade de suas músicas, ela defendeu, em participação no programa Estúdio I, que a dificuldade de fazer algo básico é maior.  “Música chiclete, a música que pega, que fica na cabeça das pessoas, normalmente precisa ser fácil, ter um refrão fácil, uma melodia, palavras repetidas, fonemas repetidos”, ela. Então, é muito difícil fazer”.

Ela, ainda, manda um desafio para os que gostam de menosprezar a qualidade de seu trabalho pelo fato de suas músicas serem grudentas: “Tente fazer uma música chiclete, para a gente ver o que acontece, se você consegue. Se conseguir, a gente conversa”.

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“Acabou Chorare” reverenciado em São Luís

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Várias gerações reunidas no último sábado (22/2), no Mandamentos Hall (Lagoa da Jansen), para prestigiar o show do disco emblemático dos Novos Baianos, “Acabou Chorare”, eleito como o álbum mais importante da história da Música Popular Brasileira pela revista Rolling Stones Brasil, agora festejando quatro décadas de idade.

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Acompanhado de Cesinha (bateria), Augusto Albuquerque (baixo), Marcos Moletta (bandolim e guitarras), Repolho (percussão) e do filho Davi Moraes, Moraes Moreira cantarolou, em quase duas horas de show, as nove faixas do álbum histórico, concebido em 1972, “Preta Pretinha” (Moraes Moreira), “Brasil Pandeiro” (Baby do Brasil, Paulinho Boca De Cantor e Moraes Moreira), “Tinindo Trincando” (Baby do Brasil), “Swing de Campo Grande” (Paulinho Boca De Cantor), “Acabou Chorare” (Moraes Moreira), “Mistério do Planeta (Paulinho Boca De Cantor), “A Menina Dança” (Baby do Brasil), “Besta é Tu” (Moraes Moreira), “Um Bilhete Pra Didi” ( A Cor Do Som), o qual acrescentou alguns sucessos de sua carreira pessoal, como, ‘Pombo Correio, “Lá vem o Brasil descendo a Ladeira”, “Bloco do Prazer”, “Festa do Interior”, transformando o espaço em carnaval eletrizante.

O interessante do show foi perceber que Moraes Moreira e o filho Davi optaram por manter a estética original do disco, legitimado pela sua atemporalidade. E a resposta veio com uma plateia multifacetada cronologicamente. De um lado, gente que viu nascer o “Acabou Chorare”, outros que acompanharam a trajetória do disco, além de uma nova geração que ouviu dos avós, pais e tios o álbum cujo os componentes misturam samba, rock, modenidade dos sons da época, e as tradições inspiradas pelo produtor «espiritual» da obra, o cantor e compositor baiano João Gilberto.

Outro momento surpreendente e marcante do show, foi protagonizado por Davi Moraes, ao reverenciar “Maracatu Atômico”, em que cita os criadores da obra, Jorge Mautner, Nelson Jacobina, e a Nação Zumbi, responsável por uma releitura contemporânea da canção, consagrada, anteriormente, pelo baiano Gilberto Gil. Davi Moraes deixou o palco e foi para plateia, onde interagiu com maestria o instrumento de trabalho e mostrou a roupagem dada a canção, com o auxílio percussivo luxuoso do lendário Repolho, numa simbiose de riffs de guitarra aliada a batida do maracatu rural.

Enfim, uma noitada, em pleno Sábado Magro de Carnaval, em que as gerações misturadas se encontraram para celebrar o “Acabou Chorare”: um misto de guitarra elétrica, baixo, bateria, cavaquinho, chocalho, pandeiro e agogô. Por isso, é referência em pluralidade musical e abrangência de estilos do Brasil.

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Músicos do Charlie Brown Jr. em novos projetos

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Quase um ano após a morte do vocalista Chorão, causada por overdose de cocaína em 6 de março, e quase seis meses após a do baixista Champignon, que foi encontrado morto em seu apartamento em setembro, os integrantes remanescentes da então formação do Charlie Brown Jr. têm investido na carreira solo e em projetos paralelos na música como forma de seguir em frente após um turbulento ano de 2013.

“Essa dor que sentimos vai ser para sempre porque não eram só colegas de banda, mas também dois irmãos meus”, comenta o baterista Bruno Graveto, que assumiu as baquetas do Charlie Brown Jr. em 2008 e as d’A Banca, banda formada pelos ex-membros junto à baixista Lena Papini após a morte do vocalista, no ano passado por curto período. “Mas vida segue e procuramos priorizar o que vivemos de bom.”

Graveto agora tem duas agendas: a da banda Strike, da qual passou a ser baterista oficial no final de outubro, e a do grupo D’Chapas. Este último, também composto por Lena e pelo guitarrista Marcão Britto junto a Ivan Sader no vocal, tem feito shows com um repertório estruturado em sucessos do rock, de bandas como Red Hot Chili PeppersFoo Fighters, Green Day, TitãsO Rappa e o próprio Charlie Brown Jr.. Com o Strike, ele acaba de divulgar a música “Sol de Paz”, que integrará o quarto álbum do grupo com previsão de lançamento para outubro.

Integrantes da formação clássica do Charlie Brown Jr., os guitarristas Marcão e Thiago Castanho prometem canções inéditas para 2014 em trabalhos separados. Tendo lançado no final do ano passado a música “Não Estamos Sozinhos”, em que discorre sobre as dificuldades vindas com a perda dos amigos Chorão e Champignon, Marcão montou uma nova banda e está se dedicando a um álbum com canções inéditas que ele deve começar a divulgar após o Carnaval.

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Phill Veras e a sua poesia sensível

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Depois de um show com casa cheia, interativo,  um staff e produção de primeira, o cantor e compositor maranhense Phil Veras marcou presença na edição desse domingo (16), do Plugado, na Mirante FM, para falar desse momento marcante em sua trajetória com a música, da sua fonte de inspiração, das influências, dos amigos que se tornaram parceiros musicais e dos próximos passos a serem dados em uma carreira meteórica, surpreendente e legitimada por vibrações positivas. Com um discurso econômico, Phil respondeu a todas as perguntas e deixou explícito que o mais importante no contexto seria um faixa a faixa com as treze canções que integram o CD Gaveta, gravado e mixado no estúdio “Andar de Cima” (MA) e “Studio Classic Master” (SP) . E assim foi feito. Entre uma conversa e outra com ele, acompanhado de Marcos Pontes, sócio da Cantaria e responsável pela gravação do DVD, e do guitarrista André Araújo, um dos integrantes da banda que acompanha Phill nos shows e no disco, que tem, ainda: Memel Nogueira (guitarra); Marlon Silva (baixo); André Grolli (bateria); Dney Justino (piano, sintetizador, teclados); João Garcia Júnior (violoncelo) e Peter Mesquita, que aparece nas faixas “Velho John Dizia” e “A Estrada”.

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Depois da audição veio a necessidade de uma resenha do trabalho. E o que pude perceber foi um Phill Veras que cresceu muito em pouco tempo. Das primeiras canções que apareceram pela internet, passando pelos shows cada vez mais aclamados, até a chegada do EP Valsa e Vapor, cada fase do músico está sendo encarada com plena maturidade e uma nítida descoberta. Ele é um garoto prodígio, que começou a compor aos 14 anos, e com 22 anos, comprova que é dono de uma poesia sensível, com desdobramento adulto das palavras a procura de uma zona de conforto nesse novo cenário da Música Popular Brasileira.

As músicas do álbum são de autoria de Phill Veras, sendo que das 13, tres foram compostas em parceria. A primeira é “Cambota”, feita com o amigo e ex-companheiro de banda Marcos Lamy ( em período da Nova Bossa), e com o baterista, André Grolli, a quem Phill cita como referencia e define como um “Bicho Solto”. A outra do disco, é “Basta a Coragem”, escrita com a curitibana, que mora em Los Angeles, Samira Winter. “Trata-se de uma parceria a distância que tenho desde os tempos da Nova Bossa. Inclusive nos conhecemos porque ela era fã da banda”, ressalta.

A outra participação é da cantora Ana Larousse (na faixa “Faz”) e “Mulher”, feita com Marcos Lamy, que no show do Teatro Artur Azevedo, teve a participação singela e afinada de Jéssica Gois, vocalista da banda PedeGinja, amiga pessoal do músico.

A musicalidade de Phill Veras é capaz de dividir opiniões. Mas, justiça seja feita:  ele conseguiu ser autoral, sincero, conquistou visibilidade e uma base considerável de fãs. Enfim, é o tipo de artista que sabe exatamente onde quer chegar.

Foto: Carlos Roberto Brasileiro / Na Mira

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Música faz bem aos ouvidos, mas no volume certo !

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Independente do estilo musical, ouvir música faz bem, inclusive para a saúde. Um mundo sem canções seria algo sem graça, afinal, melodias fazem parte de nossas vidas. Ou vai dizer que você nunca ouviu uma música que a tranquilizou ou que retratava um momento especial de sua vida?

A música traz inúmeros benefícios: reduz a ansiedade e a solidão, nos torna mais humano, melhora relacionamentos e permite que o corpo fique mais relaxado. Mas, se tocada num volume muito alto pode ser prejudicial.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), há, atualmente, no Brasil 500 milhões de pessoas com problemas auditivos, mas até 2015 este número deve subir para 700 milhões.

A fonoaudióloga Isabela Pereira Gomes explica que aqueles que ouvem músicas com o volume alto e constante mais de 5 horas por semana são os mais expostos aos danos. “Ao ouvir uma música nessa intensidade, o músculo que protege o ouvido interno, onde estão as células auditivas, se contrai e relaxa. Com o tempo, esse movimento acabando perdendo a eficiência.”

De acordo com a especialista, um pequeno problema na audição frequentemente é um sinal de alerta. “Uma perda auditiva irreversível poderá ser instalada. E, normalmente, as frequências mais atingidas são as responsáveis pela inteligibilidade de importantes sons da nossa língua”, explica.

Fique atento ao volume a que você expõe seus ouvidos. Preservar a audição é fundamental para continuar apreciando novas canções.

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Casa de Cultura Josué Montello em festa

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Dona de um rico acervo literário e de vasto registro fotográfico, de documentos, impressos, medalhas e comendas, a Casa de Cultura Josué Montello, órgão da Secretaria de Estado da Cultura, comemora, nesta quarta-feira, (29), 31 anos de serviços e dedicação ao atendimento a estudantes, pesquisadores e estudiosos da literatura, sobretudo da vida e obra do escritor maranhense, patrono da Casa, Josué Montello.

Para brindar a data, a direção da CCJM abre às 17h a exposição A Revitalização do Arquivo Pessoal de Josué Montello e realiza a palestra A Importância do Arquivo pessoal para a Pesquisa, ministrada pelo professor José Neres. A exposição estará aberta ao público no Salão de Exposições e a palestra também com entrada franca, acontecerá no auditório, na Rua das Hortas, 327, centro, esquina com a Rua do Coqueiro.

Inaugurada em 23 de janeiro de 1983, a Casa de Cultura Josué Montello, presta serviços à comunidade no que se refere à pesquisa e estudo da literatura maranhense e brasileira. Em suas dependências guarda um acervo de 50 mil títulos doados pelo escritor, estão incluídas obras raras, de sua própria biblioteca, como também, de outras personalidades da literatura, intelectuais maranhenses e de famílias ilustres que têm na Casa uma forma de garantir a conservação e utilização das coleções literárias.

A Casa de Cultura Josué Montello promove estudos sobre a literatura maranhense e brasileira, oferecendo subsídios à elaboração de estudos ligados às atividades universitárias, no campo das letras e ciências humanas. É objetivo também da CCJM guardar e preservar a documentação referente a vida e obra do escritor.

Na Casa são realizados ainda, seminários, conferências, debates, palestras, simpósios sobre temas literários ou histórico-sociais, abertos à comunidade. Exposições documentais também são ali realizadas, bem como editoração de estudos literários ou de ciências humanas, através de coedições e promoção de concertos e recitais que podem acontecer tanto no auditório como no pátio interno da CCJM.

A Casa de Cultura Josué Montello funciona de segunda a sexta-feira, com atendimento ao público no horário das 13h às 19h.

Fonte: Secma

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Twelve Street na estrada e com EP

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Twelve Street é antes de tudo uma homenagem sincera ao som cheio de guitarras e melódico dos anos 90. Do punk rock do Bad Religion à classe melódica do Lemonheads, processando tudo nas distorções massivas da banda – tudo ali no alternative rock definido a mais ou menos vinte anos atrás.

Mas a banda é também uma nova forma de extravasar as experiências dos amigos Pedro Moura (guitarra/vocal), André Carneiro (guitarra/vocal) Paulo Moraes (baixol) e Kiko Lisboa (bateria) nas suas aventuras pelo cenário musical de São Luís. Após uma fase de pré-produção e algumas reformulações, a banda lançou no final de 2013 seu disco de estreia com intenção de tocá-lo o máximo que puder.

O primeiro EP da banda, autointitulado, é todo composto de músicas do vocalista e guitarrista Pedro Moura – seis canções cantadas em inglês macarrônico sem motivo especial; e foi gravado, mixado e produzido pelo também estreanteAlexandre Lourenço. A capa é uma reprodução de uma tela da artista Olga Maíra Zannoni. Todos artistas e produtores da nova geração que tem transformado o cenário cultural da capital maranhense. A banda faz sua estreia no Festival Limonada, nesta sexta-feira (10), no Mandamentos Hall, na Lagoa da Jansen.

Streaming e download:

http://twelvestreet.bandcamp.com/album/twelve-street

https://soundcloud.com/twelvestreet

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Rossi: odiava a expressão brega e amava Kurt Cobain

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Escrito por:  Xico Sá (Jornalista, Cronista, Escritor e Poeta)

Reginaldo Rossi, recifense do bairro dos Coelhos, não tinha pressa amorosa , amava, pronto, demoradamente, as mulheres. Amava lentamente a vida, como quem enxerga um ovo colorido na vitrine –madaleine uma ova velho Proust. Reginaldo está sendo celebrado pelo que mais odiava: ser chamado de brega. Um dia perguntei como ele queria a lápide. Ele disse:

“Amo o amor e canto essas coisas, sou uma espécie de Frank Sinatra, mais ou menos um Roberto e infinitamente Serge Gainsbourg. Tá bom pra você, xará?”

E continuou: “É ridículo que pensem a gente de forma reduzida ao chifre mínimo. Como se o chifre não fosse o principal assunto de Shakespeare e Kurt Cobain”. Yes , Reginaldo amava o Nirvana, que onda.

Ele sabia que eu gostava de tudo isso. E ainda mais ele sabia que me chamo Francisco Reginaldo por causa dele. Fiz questão de procurá-lo desde que cheguei ao Hellcife from Cariri, pense rua do Progresso com rua das Ninfas.

Minha mãe amava a Jovem Guarda e ele fazia parte dessa coisa toda. Era o quente, como me explicava ontem José Teles , pense num cabra que sabe de música!

Brega? Esse rótulo que a classe média pregou nos cantores românticos brasileiros como forma de diferenciá-los e separar os talheres da CasaGrande & Senzala. O necessário, importantíssimo e genial historiador baiano Paulo César de Araújo, autor de “Eu não sou cachorro não” (ed. Record), deixou isso patente. Eis o volume-mor da formação, tô falando.

Reginaldo amava esse livro. “Bicho, escreve sobre essa tese”, me cutucava. “Paulo matou a pau, xará”. Passei 24 horas com Reginaldo, gravando o maior depoimento do meu Flaubert, minha educação sentimental, com Paulo Caldas , diretor do cinema pernambucano. Ele mostrou a importância de ser Reginaldo.

A importância da canção romântica brasileira. A narrativa da dor. A dor amorosa do chifre e da traição que, por medo ou preconceito, a classe média nacional trata como folclore.

Carnavaliza.

Nessa hora esquece que é a vida, é o mesmo tema de Dostoievski.

Esquece.

Chega de tese.

Reginaldo sabia, teve um sonho com Beethoven, numa das suas melhore s e desconhecidas canções: “Cante, e Junto com Haendel e o amigo Bach/Cante deixe quem quiser falar/Cante, que quem for jovem vai gostar”.

Regi é maior do que o folclore em torno da dor de corno. Reginaldo Rossi é uma forma de contar a vida que todos nós escondemos: é o que escondemos enquanto manifestação amorosa acovardada.

É o meu Walter Benjamim, minha escola do Crato .

Vejo aqui da minha janela da rua da Aurora: o Capibaribe e o Beberibe se juntam para -sem desmentir a secura cabralina- formar um oceano de lágrimas pelo meu ReiGinaldo.

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