Versatilidade

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Autodidata, o gaista brasiliense Engels Espíritos começou a trabalhar muito cedo e tornar-se um dos mais versáteis e expressivos gaitistas brasileiros. Ele desenvolve, por meio da gaita e da voz, composições que passeiam por diversas correntes musicais afro-americana e brasileira.

Engels é reconhecido internacionalmente pela criatividade técnica e personalidades expressadas nos solos de gaita. Já se apresentou em vários estados brasileiros e representou o país em importantes festivais e circuitos no Canadá, Estados Unidos, México e Alemanha. O instrumentista é uma das atrações do 1º Lençóis Jazz e Blues Festival, que acontece neste sábado (9) e domingo (10), em Barreirinhas, a 260 Km da capital maranhense. Ele se apresenta na primeira noite do evento, que terá ainda Jair Torres Trio, Jim Howard e encerrando com uma Jam Session. Às 17h, haverá cortejo pelas ruas da cidade com a Infinity Jazz Band.

Em conversa com imirante, o gaitista disse gostar muito do Maranhão, em especial São Luis. “Este lugar é lindo e o Brasil esta apenas começando a descobrir este paraiso. Além das belezas naturais,o povo maranhense é afetuoso,doce,amigo e muito espirituoso. Tenho muitos amigos aqui e meu coração se enche de alegria quando venho para cá”, destacou.

Em tom de bricandeira disse estar doido em só de pensar em ver lencóis maranheses.”Meu Deus! Que sensacional fazer música em um lugar fantástico em um projeto tão importante para o desenvolvimento cultural do Maranhão”, acrescentou.

Blog; A versatilidade com a gaita é uma de suas características. Agora, como é buscar inspiração do seu instrumento de trabalho com a guitarra ?
 
Engels Espíritos: Depois da gaita, a guitarra é o instrumento que eu mais amo. Sempre ouvi os grandes guitarristas até a exaustão e aprecio as diferentes formas de se tocar guitarra, nos mais diferentes estilos de música. Passei minha adolescencia inteira ouvindo grandes mestres da cena nacional como Pepeu Gomes e Robertinho do Recife, assim como da cena mundial, Jimi Hendrix, Van Halen,Steve Vai e tantos outros. Os temas e solos destes grandes guitarristas são como espectros em minha mente e eu pude com uma certa facilidade me expressar desta forma na gaita.
 
Blog: O profissionalismo é uma constante em sua trajetória com a música. O que você tem feito atualmente para aprimorar os conhecimenos ?
 
Engels Espíritos: Tenho estudado muito a possibilidade do cromatismo nas gaitas diatônicas para me proporcionar mais liberdade nos meus solos em estruturas harmônicas com progressões modais. Estou estudando muita a nossa maravilhosa e riquíssima música brasileira e o jazz. Além de pesquisar música celta e as linguagens de música oriental.Acredito que o estudo da música é como Deus. Impossivel de se definir ou de se chegar a algum limite ou fim. O estudo da música assim como o estudo de qualquer seguimento da arte é infinito. 
 
Blog: Você começou trasitando pelo blues. De repente despertou para trabalhar em cima da musicalidade brasileira. Essa é uma maneira encontrada para não ficar vendendo eternamente ‘hamburger para americano’ ?
 
Engels Espíritos: Sempre ouvi e amei a música brasileira,assim como toda cultura do nosso país. Contudo, estudei a música afro-americana do norte, por amar a música negra desenvolvida em qualquer lugar do mundo. A Africa é o berço do som neste planeta que ecoa em qualquer país. E Acredito que a alma artistica não tem nacionalidade ou bandeira. Mas tenho consciência da invasão cultural desenvolvidada pelas jogadas políticas sutis que estão por trás da ultilização da arte por parte de alguns paises. Por esta razão toco a música brasileira e mundial do nosso jeito brasileiro. Com isto nós brasileiros mostramos como podemos colocar ritmo,swing,ou seja, tempero na música “deles”.
 
Blog: Você articulou o projeto festa Sirigaitas, onde apresenta composições e um repertório com clássicos dos principais ritmos brasileiros. O que você extraiu de bom nessa experiência ?
 
Engels Espíritos: Sou um experimentalista de sons e a gaita é um instrumento fantástico que me proporciona interpretar sons de outros instrumentos. O SiriGaitas e um projeto anual que me inspira aplicar meus estudos com a técnica de extrair timbres e sonoridades de sanfona,rabeca e pífaro.Um grande aprendizado neste universo desta música quente,dançante e deliciosa, que é a música nordestina.
 
Blog: Além de ter nascido em Brasília, você tem um ‘xodó’ e participa ativamente da vida cultural da cidade. Foi um dos idealizadores do Festival Porão do Rock e está sempre articulando festivais importantes na capital federal. Na atual conjuntura está dando tempo para aliar a vida de músico e produtor cultural ?
 
Engels Espíritos: Sou um tipo de operário da arte, daqueles que as pessoas consideram como “O certinho”. Imagine um músico que não fuma, nunca usou drogas, bebe pouco e socialmente, dorme bem, cuida da alimentação e malha. Então estou sempre bem disposto, trabalhando com uma agenda bem organizada e nunca me comprometo com o que não posso cumprir. Assim  os shows e projetos de produção acontecem sem maiores problemas.
 
Blog: Você prefere acreditar no trabalho solo ou gosta de colocar a gaita para acompanhar um outro músico, seja em estúdio ou no palco ?
 
Engels Espíritos: Dou preferência ao meu trabalho solo, mas não recusaria um convite interessante para acompanhar um artista famoso fazendo parte de sua banda oficial. Já acompanhei alguns músicos e bandas durante alguns circuitos fora do país. Já tive oportunidade de acompanhar o grande guitarrista cego Canadense Jeff Healey e o Cantor e também guitarrista Phillip Sayce( Phillip Sayce, juntamente com a Melissa Ertheride. Eles ganharam o Oscar de melhor canção em 2007 do filme do Al Gore “Uma verdade incoviniente”).
 
Blog: Você é um velho conhecido do público de São Luís, onde fez vários shows em bares e conquistou uma legião de fãs na ilha. Como é voltar a cidade e envolvido em um festival de jazz nos Lençóis Maranhenses, considerado um santuário ecológico, não apenas dos maranhenses, mas Brasil afora ? 
 
Engels Espíritos: Eu  amo o estado do Maranhão, e em especial São Luis. Este lugar é lindo e o Brasil esta apenas começando a descobrir este paraiso. Além das belezas naturais,o povo maranhense é afetuoso,doce,amigo e muito espirituoso. Tenho muitos amigos aqui e meu coração se enche de alegria quando venho para cá.
 
Agora estou ficando doido só de pensar em ver lencóis maranheses, meu Deus! Que sensacional fazer música em um lugar fantástico em um projeto tão importante para o desenvolvimento cultural do Maranhão.
 
Blog: A sua história com a música é marcada por ser um autodidata. Qual o conselho que você dá a quem estuda por ouvido e quer tornar-se um profissional de mão cheia ?
 
Engels Espíritos:
Sonhe! Acredite em você. E nunca se deixe influenciar por pessoas que dizem que você não pode, que não vai conseguir. Escolha o instrumento que ama. Busque informação com os músicos amigos,com a internet, e com os projetos de arte gratuitos de sua cidade. Estude, se dedique, respire seu instrumento e não tenha preconceito com o som. Tente expressar o som que você sente, da sua forma, do seu jeito, da sua espiritualidade. Este será você.

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Instigante…

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A cantora, compositora e percussionista pernambucana Alessandra Leão (ex-comadre Fulozinha, Fulorzinha ou Florzinha) faz show gratuito nesta noite, 1º, no Circo Cultural Nelson Brito (ao lado do Terminal da Praia Grande). Ela aproveita para lançar o mais novo CD “Dois Cordões”, em um projeto itinerante, com o patrocínio da Petrobras Cultural, que passará ainda por Fortaleza (2), Salvador (6) e Recife (7).

A artista disse que São Luís foi escolhida para abrir a turnê e o show a ser mostrado na cidade é uma fusão dos dois discos: Brinquedo de Tambor e Dois Cordões. “Será um show dançante, festivo, mas que permite uma pausa para a contemplação”, admite.

Alessandra Leão afirmou ainda ser uma grande fã e entusiasta da música maranhense. Confira na íntegra o bate papo com a artista pernambucana.

Blog: Muitas vozes femininas brilham em carreira solo no País. Qual a leitura que você faz do seu momento solo. E como você se sente desenvolvendo um trabalho fiel à tradição pernambucana ?

Alessandra Leão: De fato temos muitas excelentes cantoras no Brasil. Confesso que ainda acho estranho um em me apresentar como “cantora”. Costumo assinar “compositora, percussionista e cantora”, porque acho que a composição é que fala mais alto pra mim, talvez com o tempo a cantora possa falar mais alto ou no mesmo volume da compositora e instrumentista… em Dois Cordões já sinto um pouco disso…

Penso que cada disco novo represente um momento de recomeço e ao mesmo tempo de afirmação na carreira de qualquer músico, acho que esse é o momento em que me encontro.  Me mantenho fiel à música em que acredito e respeito, à música que escuto e isso não se restringe à música pernambucana, apesar de tê-la muito presente comigo e como grande fonte de inspiração.
 
Blog: De que forma o grupo Comadre (Fulozinha) (Florzinha) foi importante para que você se credenciasse a alçar voo e lançar-se como cantora ?

Alessandra Leão: A Comadre Fulozinha foi a minha primeira experiência profissional, por isso, sempre digo que foi a minha primeira escola também. O período em que estive na banda (da fundação em 97 à 2000) foi muito intenso e rico e me possibilitou uma série de aprendizados e afirmações profissionais.

 

Blog: Falamos do mais novo disco solo “Dois Cordões”. O que ele representa nesse contexto musical que você vivencia?

Alessandra Leão: Representa esse recomeço e também uma afirmação e amadurecimento da minha carreira, principalmente como compositora e cantora.
 
Blog: Em um comentário lido sobre “Dois Cordões”, você o define como um disco de festa e, aparentemente, melancólico. Como foi trabalhar com a contradição no disco ?

Alessandra Leão: Sempre planejo o conceito, juntamente com meu parceiro Caçapa (produtor musical e arranjador) do disco antes mesmo dele nascer, antes das composições. Esse é um processo que gosto muito e acho que força um certo amadurecimento das ideias  antes de pôr em prática. Fizemos isso com o Brinquedo de Tambor, fiz isso com o Folia de Santo (sem Caçapa) e repetimos a parceria em Dois Cordões.

Para Dois Cordões o conceito foi o da dualidade. Buscamos trabalhar isso das composições aos arranjos, na formação instrumental (acústica da percussão e elétrica da guitarras), no projeto gráfico…
 
Blog: Em quase dez anos de carreira vieram em dois discos solo. Neles, você incursiona por elementos do samba de roda do Recôncavo Baiano, do coco de roda de Pernambuco e Alagoas e da música negra contemporânea. Tanto a platéia brasileira quanto a gringa já assimilaram essa sonoridade ?

Alessandra Leão: Apesar de tantas referências, todas tem uma matriz musical e estética muito semelhante e de fácil assimilação porque são baseadas numa música muito ancestral e forte. Por onde tocamos temos tido uma boa receptividade e empatia, ainda bem!
 
Blog: Outro dado a ser levado em conta para se compreender a força rítmica tribal de seus discos solo é o fato de você se sentir atraída pelos instrumentos de percussão. Entre os instrumentos percussivos está o pandeiro. Fale dessa afinidade ?

Alessandra Leão: Quando me interessei em estudar música, foi pela percussão. Principalmente por conta instrumentos de pele, tocados com a mão. Na formação instrumental do meu trabalho solo, fizemos questão de colocar os ilús e o pandeiro como eixo sonoro da minha música. O primeiro disco reverencia isso de maneira mais explícita por conta do nome, mas em Dois Cordões, a percussão soa mais complexa e “pesada” por conta da inclusão do terceiro ilú (mais agudo, que não estava presente no “Brinquedo de Tambor”), essa decisão reduziu a presença do pandeiro nos arranjos… e estou imensamente feliz com o resultado, porque a minha afinidade é com a sonoridade que conseguimos criar com essa formação instrumental. Sempre dizemos (eu e Caçapa) que cada música tem o que ela “pede” e isso deve ser respeitado…

Blog: O Mangue Beat, movimento surgido no Recife, foi um divisor de águas na cena musical brasileira no final da década de 90. De lá pra cá você ainda acha que a música feita em Pernambuco continua falando para o mundo ?

Alessandra Leão: Sem querer ser bairrista, acho que Pernambuco continua sendo um dos Estados que mais produz música hoje no Brasil e sem dúvida, a partir da efervescência do movimento Mangue gerou-se um interesse muito grande, de diversas partes do mundo, pelo que andamos fazendo por lá. O que acho mais vigorante na música produzida no Estado é o valor que damos a trabalhos autorais, criativos, inovadores e instigantes… Ser de Pernambuco acabou praticamente dando um atestado de qualidade em certos lugares, isso é muito bom em diversos aspectos, sem dúvida. Mudou o cenário do mercado interno, facilitou a projeção de muitos artistas de lá, mas ainda há muitas coisas para se modificar e profissionalizar nesse mercado, mesmo que as mudanças nesses anos tenham sido profundas e benéficas.

Blog: Qual a informação que você tem sobre a musicalidade maranhense ?

Alessandra Leão: Apesar de ser a minha primeira vez no Maranhão, escuto a música daqui a muito tempo. O nome Brinquedo de Tambor, veio da letra da música “Chorei Toada” de autoria de Seu Fernando Cabedá, que fazia parte do Boi de Costa de Mão, de Cururupu.  Ouvi muitas gravações feitas na Casa Fanti Ashanti, do Boi de Maracanã, de alguns outros terreiros e grupos de boi e de tambor de crioula.

No repertório do show do meu projeto Folia de Santo (que lancei o CD no final do ano passado), cantava músicas do Baião de Princesa e do Boi de Maracanã… além disso, é impossível deixar de citar a importância da música de Zeca Baleiro e de Rita Ribeiro. Definitivamente, me considero uma grande fã e entusiasta da música maranhense.
 
Blog: Embora tenha feito um passeio por Alagoas e Bahia, a sua matriz ritmíca, sonora e de composição, é literalmente Pernambuco. O Maranhão estaria incluído em um projeto discográfico futuro ?

Alessandra Leão: Como falei na pergunta anterior, principalmente no “Brinquedo de Tambor” o Maranhão esteve de certa forma, bem presente. Além do título do disco ter saído de uma música de um compositor daqui, utilizamos algumas células rítmicas características do boi maranhense em algumas músicas (principalmente em “Chorei Toada” e “Guerreia, São Jorge”). Em “Dois Cordões” apesar dessa referência ter ficado menos explícita, acho que a referência e principalmente a reverência permanece presente, mesmo que de maneira menos explícita.

Blog: Fale um pouco do projeto itinerante pelo Nordeste do País ?

Alessandra Leão: Quando escrevi o projeto no Programa Petrobras Cultural, no qual ele foi selecionado e patrocinado pela Petrobras por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, deveria constar a produção do CD e a circulação do lançamento desse mesmo CD.

Priorizei essa circulação por quatro capitais do Nordeste (a vontade é que fosse em todas…) porque infelizmente, é muito mais difícil nós nordestinos, circularmos dentro do Nordeste. E como a minha música tem uma base no que produzimos na Região, não haveria sentido priorizar outra região nesse projeto.

Dentro dessa preocupação, os show tem acesso gratuito (com aqui em São Luis) ou com ingressos populares e também foi previsto a doação de CDs para Pontos de Cultura e  escolas de música nesses quatro Estados (Maranhão, Ceará, Bahia e Pernambuco).  Essa foi a maneira que encontrei de retribuir um pouco do que aprendi com os músicos daqui da Região.

Blog: É possível adiantar o que você reservou para o público de São Luís ?

Alessandra Leão; Escolhemos São Luis para abrir essa turnê e o show que trazemos à cidade é uma fusão dos dois discos. É um show dançante, festivo, mas que também permite uma pausa para a contemplação…
 
Blog: Obrigado pela entrevista. Bom show. Boa Sorte na carreira

Alessandra Leão: Eu que agradeço pela atenção.

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Mangueboy

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Crítica ao YouTube, “demonização da indústria” foram alguns dos assuntos abordados pelo músico e jornalista Fred Zero Quatro, fundador do grupo pernambucano Mundo Livre S/A e precursor do movimento mangue beat há 15 anos no Recife. Uma das abordagens também durante o bate papo, foi sobre o download na internet. Zero Quatro preferiu não ser demagógico e defendeu o “download pago na rede mundial de informação”.

– Ao contrário do que estão chamando de “movimento para baixar”, ele aposta numa alternativa como o “movimento para pagar e baixar” ou “música para pagar e baixar” ou ainda “música demo para baixar”. A medida deve ser a mesma que acontece com os demos dos games que as empresas disponibilizam. Para ter acesso à versão profissional, tem de pagar. E tem ainda o efeito simbólico do valor da expressão musical. À medida que você começa a criar uma geração que já cresce com esse hábito de todo mês baixar não sei quantas mil músicas, a mensagem que vai pro cérebro é de que a música é uma porcaria qualquer – “argumentou o músico pernambucano.

Zero 4 disse que está preparando um ãlbum de inéditas, mas comentou que o trabalho corre o risco de não sair por falta de recursos.

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Afinidade…

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O cantor e compositor Paulinho Pedra Azullembrou da primeira visita feita a rádio Mirante FM, que no dia 8 de setembro, comemora 28 anos. “Foi um encontro legal com a equipe de profissionais da rádio na época, onde fizemos um coquetel. Uma grande festa, que gerou uma afinidade eterna com a emissora”, ressaltou.

O músico mineiro faz show hoje (3) e amanhã (4), às 21h, no Teatro Artur Azevedo. O músico mineiro vai comemorar os 27 anos de carreira e apresentar aos fãs maranhenses faixas do seu mais novo álbum “Lavando a Alma”, o 21º da carreira dele, além de velhas e boas canções, entre as quais, “Pobre Bichinho”, “Ave Cantadeira”, “Cantar”, etc.

Paulinho Pedra Azul falou da afinidade com a cidade de São Luís e a parabenizou pelos 397 anos. “Nasci na cidade de Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Portanto, as afinidades com São Luís estão ligadas pela resistência cultural existentes entre os dois lugares. É uma felicidade para mim comemorar a mnha maioridade profissional em setembro, mês que São Luís faz aniversário”, destacou.

Sobre o novo CD “Lavando a Alma”, Paulinho disse que representa um novo momento em sua vida. “Esse trabalho foi concebido a partir de uma reflexão sobre como caminha a humanidade nos dias atuais, ou seja, a tecnologia com a sua importância e o stress do dia a dia. Procurei oxigenar a alma, a vida, passeando por diversas vertentes e com o auxílio de dois jovens músicos, Marcelo Jiran (23), (que o acompanha nos dois shows em São Luís) e Paulo Henrique (28). O Brasil é um País de uma efervêscencia musical e estilos e o disco representa essa diversidade”, classificou Paulinho.

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Independência e Música !

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Coordenada por Ivan Ferraro, numa realização da Associação dos Produtores de Discos do Ceará (PRODISC) em parceria com o Sebrae-Ce, numa promoção da Prefeitura de Fortaleza, patrocínio do Banco do Nordeste e BNDES, apoio cultural do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), e Ministério da Cultura. a Feira da Música do Ceará, que terá como tema este ano: “Música, Novas Tecnologias e Ambientes na Web”, é uma forma de diversão do povo por meio de palestras, rodadas de negócios, workshops, oficinas, shows e festinhas. O evento acontece na capital com maior número de humoristas por metro quadrado do Brasil, entre os dias 19 e 22 deste mês. Ivan dá mais detalhes da Feira que já virou programa obrigatório no calendário cultural cearense. 

Blog: Em oito anos de Feira de Música, você acha que deu pra atingir o foco que é o mercado independente?

Ivan Ferraro: Sim. Nosso intuito sempre foi organizar a música independente como um sistema, pensar esse mercado nacionalmente. Nesse sentido, em oito anos conseguimos evoluir bastante nessas discussões, não especificamente por causa da Feira da Música, mas tendo ela um papel importante nesses debates em torno do mercado de negócios e do potencial desse nicho de música, que passou a ser vista de forma diferente. Nós entramos com um formato diferente, levando em conta essa indústria independente. Hoje essa indústria está com uma articulação nacional completamente “capilarizada”, com “musculatura” suficiente para realmente, nos próximos oito anos, conquistar e desenvolver-se muito mais.

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Blog: A Feira da Música chega à sua oitava edição. Qual a avaliação até aqui e quais são as novidades deste ano?

Ivan Ferraro: A Feira da Música conseguiu atingir um patamar de visibilidade muito importante. As pessoas conhecem a Feira, o modelo dela, para que serve, usando isso como uma “máquina”, se aperfeiçoando a cada ano, entendendo e participando mais, o que tem ajudado bastante o mercado independente. Principalmente no âmbito regional nordestino.

Entre as novidades, vamos utilizar uma moeda complementar dentro da Feira, o Patativa Card, uma iniciativa aos moldes da economia solidária (como o Banco Palma de Fortaleza) e do Cubo Card (do espaço Cubo, de Cuiabá), que servirá para movimentar o mercado musical mesmo após a Feira. Também estamos propondo o gerenciamento diferenciado do lixo produzido ao longo do evento, uma parceria com o GERE (Grupo Especializado em Resíduos), contando com o apoio da SEMACE (Superintendência Estadual do Meio Ambiente), da ASCAJAN (Associação dos Catadores do Jangurussu), do ARAN (Associação dos Recicladores da Natureza) e do NEPPSAN (Núcleo de Estudos e Práticas Permaculturais do Semi-árido), que servirá de modelo para outros grandes eventos.

Além disso, estamos movimentando diversos coletivos, não só da música, mas também da moda, das artes cênicas e artistas em diversas áreas. Outro ponto importante é a questão do tema: este ano, as discussões irão girar em torno do tema Tecnologia e Música, problematizando as novas configurações do mercado fonográfico diante das possibilidades da internet etc. Para isso, contaremos com especialistas em diversas áreas (produção, distribuição, marketing etc.) que estão se diferenciando dentro desse cenário.

Blog: Um dos propósitos da Feira é a internacionalização. Este ano, dois grupos gringos participam do evento. Um da Argentina e o outro de Cuba. Quais os critérios para escolha dos grupos que representarão os dois países latino americanos no evento?

Ivan Ferraro: A proposta da Feira não é a internacionalização. Mas a programação da Feira está aberta a grupos nacionais e internacionais. Já tivemos participações da Alemanha, de Angola, Cuba, Argentina… São países que vão tomando conhecimento da Feira e se interessando em participar. Mas nosso foco é nacional, é o mercado interno, é fazer com que a música independente no Brasil se estruture.

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Blog: O Maranhão este ano levará apenas a caravana do Laborarte representada pelo cacuriá, tambor de crioula, além de show de Rosa Reis. Foram apresentados trabalhos que fogem da linha folclórica e do regional? O que aconteceu com a música pop independente feita por maranhenses que ficou de fora da Feira?

Ivan Ferraro: O Maranhão não está levando “apenas” a Caravana Laborarte. A Caravana é um grupo enorme, com cerca de trinta pessoas. São três grupos: o Cacuriá de dona Teté, o Tambor de Crioula e a Rosa Reis. É uma participação bem forte e efetiva.

O que tem acontecido com os grupos de outros estilos é que temos recebido poucas inscrições e, evidentemente, a curadoria nacional acaba dando mais atenção aos grupos de cultura popular do Maranhão, que são muito fortes e muito bem vistos, vindo sempre com boas apresentações. É preciso que os outros grupos cresçam mais e consigam se apresentar de forma que atinjam a sensibilidade desses curadores.

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Blog: Em 2007, durante o Porto Musical, em Recife, você concedeu entrevista a uma emissora de rádio pernambucana afirmando que ‘hoje a música brasileira é nordestina”. Passaram-se dois anos, você ainda defende a teoria?

Ivan Ferraro: Não. Não teria a mesma resposta. Já faz muito tempo e as coisas vêm mudando. O Brasil vem fervendo inteiro. Hoje eu diria que a música brasileira é brasileira de todo o Brasil. Em todas as regiões existe muita música de qualidade, que hoje já começa ser percebida e entrar no circuito. Um circuito fora do eixo, mas que tem atingido o público que nos interessa. É importante que se diga que a música brasileira hoje não é só nordestina, é do Brasil todo. Em todas as regiões há focos de alto nível, de técnicas artísticas e de profissionalismo.

Blog: A grande palavra de ordem da Feira parece sempre ter sido a integração. O elo entre músicos, produtores, contratantes, fabricantes… Esse papel do evento é compreendido hoje no Ceará?

Ivan Ferraro: Com certeza hoje, depois de oito anos, as pessoas conseguem perceber exatamente como funciona a máquina, o evento, a ferramenta Feira da Música. Aos poucos temos percebido maior integração dos grupos, dos atores, dos agentes, das casas de espetáculo, dos músicos que percebem que precisam pensar na carreira, no negócio, na sua banda como uma pequena empresa.

A Feira tem proporcionado que os grupos comecem a pensar a carreira como negócio dentro da indústria do show business. Tivemos uma evolução, um ‘upgrade’ no nível dos músicos, principalmente os que já estão iniciando a carreira pensando dessa forma, o que é muito mais interessante. É mais difícil quebrar o sistema de um artista que viveu numa indústria de vinte anos atrás e que hoje tem que mudar completamente a forma de pensar. Os jovens têm mais facilidade de abrir os novos caminhos.

Blog: Você também ocupa lugar de destaque na Associação Brasileira dos Festivais Independentes (Abrafin). Como a associação avalia essa ‘nova era dos festivais e das feiras de música independente’ no Brasil?

Ivan Ferraro: A Abrafin foi e é uma instituição importante por que fez com que nós nos juntássemos – “nós” os festivais, os focos no Brasil de movimento na música etc. Temos festivais independentes importantes em Goiás, Minas, Matogrosso, Ceará, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará… em todo o Brasil somos quarentas festivais, e todo ano recebemos pedido de filiação à Abrafin. No último levantamento do IBGE, junto com o Ministério da Cultura, foram cadastrados mais de 500 festivais no Brasil.

A Abrafin é importante. Essa articulação política e também de gestão dessa coletividade tem sido exemplo. Abrafin tem estado à frente, puxando para que exista realmente um movimento nacional e não do eixo Rio-SP, – por isso um circuito fora do eixo. Queremos um pensamento sobre a música brasileira no mercado nacional. Esse é o nosso papel e a Abrafin está lá como ponta de lança, pois os festivais fazem o papel que as rádios tinham antes. Como essas bandas independentes não tocam nas rádios, elas tocam nos festivais.  Elas têm que tocar nos festivais para as pessoas conferirem as músicas delas.

É muito importante que a gente entenda a Abrafin veio fazer a ligação de uma cadeia que não tinha muita estrutura. Como uma instituição ainda jovem, de apenas três anos, ela já tem uma articulação nacional bem estabelecida e parcerias bem fortes. 

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Sacada legal…

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O gaitista, violinista, Júnior Gaiatto está em São Luís desde a semana passada. Ele veio fazer uma visita especial ao avô, que está adoentado. O músico aproveitou para rever os amigos e tocar um pouco. Uma das aparições dele foi ontem à noite, com o Boizinho Incantado, do bairro do São Francisco, onde tudo começou em sua vida profissional.

Com seu jeitão humilde, Júnior Gaittato elogiou a entrevista nesta edição da revista Ótima. “Sério ! a revista é muito legal mesmo. Muita qualidade ! E a entevista com as fotos…putz ! Tá tudo lindo. Tô levando algumas para Sampa. Muito, obrigado mesmo”, destacou.

Júnior deve voltar nesta quinta-feira, para São Paulo. Disse que pretende retornar em julho, tendo em vista a agenda com Seu Jorge está mais flexível. Ele comentou ainda que tem incursionado com as batidas eletrônicas usando o violino. “Eu entrei como sub de um violionista argentino. Agora sou o primeiro violinista da empresa. que desenvolve a parceria entre o DJ e o instrumentista. Através dela tenho tocado com vários “deejays”. Pô, é uma sacada legal, que já rola há quase 15 anos em Sampa, e será legal trabalhar essa experiência em São Luís – ressaltou.

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Gaiatto na ‘Paulicéia Desvairada’

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gaiattobarcelonaespanha1.jpgO gaitista, violinista e flautista, Júnior Gaiatto, conversou por telefone com o jornalista Pedro Sobrinho. Ele falou da trajetória na ‘Paulicéia Desvairada’, do poeta Mário de Andrade. Destacou ainda a experiência como integrante da banda de Seu Jorge, turnê “América Brasil” e do seu grande ‘pilar’: a família. 

Blog:  Há um tempo atrás você tocava nas noites de São Luís. De repente, torna-se um músico de qualquer palco, tendo Seu Jorge como responsável por esse sonho de consumo. Alguma coisa mudou nessa transição, de ter nascido em uma ilha e ir morar numa cidade literalmente cosmopolita, feito uma selva de pedra ?

Jr. Gaiatto: Com certeza, Pedro..!  Muitas coisas mudaram em mim…São Luís é uma delícia de cidade e sinto muitas saudades. Confesso que precisei ser ousado para largar tudo que conheço, minha família, minha mãe…  e vir para São Paulo em busca desse sonho musical. Essa enorme selva de pedras me assustou muito na chegada, e ainda assusta, (rsrsrs). Mas precisei pelo menos começar a entender rapidamente como funciona essa “fábrica” e as pessoas que “trabalham” nela. Quem vive aqui não se desliga nunca. Não descansa Hoje em dia, me preocupo em como estarão as coisas no ano que vem. A vida que eu tinha na ilha era mais “tranquila”…  as praias… as noites lindas… as pessoas calorosas… o “sol grátis”… A vida no litoral é mais privilegiada! Eu pensava assim: Será que faço esse show no mês que vem?… Agora, me preocupo em colocar as coisas em prática por no mínimo um ano. Cheguei em Sampa acreditando que aqui, eu estaria mais perto do resto do mundo… e deu certo!!! Viajei e toquei em vários países…

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Blog: E como é tocar no conjuntão formado pelo Seu Jorge e percorrer o mundo ?

Jr. Gaiatto: O fato de estar com Seu Jorge foi um presente de Deus… Mas sou um trabalhador e pai de família! “Mato um leão todo dia, como todo mundo!” Não penso em “sorte”… Acredito que sorte é matemática! Uma adição de empenho + oportunidade…   ou busca + perseverança…ou respeito + humildade. Nunca forcei a barra com ninguém. E o motivo pelo qual “caí” na banda do Seu Jorge foi mais humano do que musical! Com certeza, Pedro…   mudei muito com a escola que tive na minha ilha, e estou mudando com minha nova escola, chamada “mundo”…

Blog:  Seu Jorge tem uma história de vida marcada por dificuldades. Ele conseguiu ascender e brilhar dentro e fora do Brasil. Você absorve essa lição de vida no seu dia a dia ?

Jr. Gaiatto: Claro!!! A história de vida dele me faz continuar acreditando que há algo de bom pra todos… mas temos que buscar!!! Realmente, o cara tem muita luz! Ele já foi morador de rua, passou fome… frio… preconceito…  passou por muitas dificuldades e conheceu a vida como ela é em sua versão mais dura…   Agora, é um dos maiores representantes da nossa música aqui e no resto do mundo, além de ser um grande ator!!!  Um dos artistas mais imprevisíveis que já vi! É fantástico ver a reação das pessoas nos shows fora do Brasil… algumas pessoas já vieram me comentar: –  Ah! Mas nos shows lá fora só vão brasileiros, né?. Não!!! Os gringos compram o ingresso com seis meses de antecedência. Eles lotam os shows e enlouquecem com o swing e calor da nossa música brasileira! Eu queria que todos soubessem o gigante que é o Seu Jorge no exterior!!!

Blog: Como é vivenciar esse sonho que virou uma realidade ?

Jr. Gaiatto: Toda vez que acabo de tocar com Seu Jorge, seja aqui no Brasil ou fora, fico muito introspectivo e penso:  “como vim parar aqui???” São muitas horas sem conseguir dormir, motivado pela adrenalina e pelos meus agradecimentos em silêncio…

Blog:  Júnior Gaiato surgiu musicalmente envolvido pelo blues. Descobriu Seu Jorge e passou a comungar de um mix sonoro, envolvendo o samba-rock, funk, onipresente no trabalho “América Brasil”. A gente percebe a sua identificação com essa nova concepção de trabalho. Baseado no que você faz atualmente, o blues representa apenas um idealismo de início de carreira, ou seja, algo de um passado?

Jr. Gaiatto: Com certeza, faz parte da minha história! Do meu início e do meu presente… Não diria que está no meu passado, pois é uma carta que guardo na manga e estou sempre feliz e disposto a sacar! Hoje, não é o maior dos meus objetivos musicais…   Eu despertei pra estudar e pesquisar a música do Brasil e do mundo!  Escuto e estudo samba, choro, jazz, samba-rock, black e disco music, baião, música instrumental, pop, new age, música eletrônica, etc… todos os dias. O blues é maravilhoso.  Não dá pra deixar de ouvi-lo, ou tocá-lo… mas não quero ficar “vendendo  hamburguer pra americano”. Quero mesmo é “vender feijoada, muqueca, mocotó”… (rsrsrsrsrsrsrs) Temos um país enorme, e louco pra ser mais amado! Temos tantas culturas e estilos musicais diferentes no Brasil! O melhor sempre é mostrar a nossa música!

Blog:  A crítica coloca Seu Jorge como um selo de qualidade internacional que a elite cultural brasileira passou a considerar um produto de luxo. E pra você como é tomar conhecimento de que você  parte integrante desse conceito ?

Júnior Gaiatto: Hummm!!! Isso eu não me permito ficar pensando……(rsrsrs)  Mas é maravilhoso sim, ler ou ouvir os comentários a respeito da minha contribuição pro trabalho dele! As pessoas me comentam que o violino traz momentos de uma “rabeca nordestina”, ou “fiddle” (estilo country music) e unido ao cavaquinho, cuíca, pandeiro e aquela voz poderosa do Seu Jorge,  levam o show a vários lugares!!! Transformamos em “World Music”!

Blog: É verdade que você acabou sendo elogiado por uma revista musical européia pela performance nos shows de Seu Jorge ?

Jr. Gaiatto: É verdade. Recebi uma critica de uma revista de circulação européia que me deixou muito feliz…”Jr Gaiatto traz ao show do Seu Jorge o sabor distinto da gaita de Stevie Wonder” (revista HMV Choice) Pra mim, Stevie Wonder é um “papa da música”, o maior músico do planeta, o maior da nossa era… e uma das minhas maiores referências de estudo na gaita cromática… então, comparar a minha sonoridade na gaita com a dele é maravilhos, sim!. rsrsrsrsrs

Blog: Dos lugares que você passou com a turnê qual o mais acolhedor. O que mais te chamou atenção ?

Jr. Gaiatto: O Brasil! (rsrsrsrs) Sério! Temos um país lindo!!!  Temos muito frio e muito calor, tantas praias e pessoas lindas. Infinitas culturas e sotaques! Claro que depois de conhecer outros países, me tornei uma pessoa diferente…  Não há dúvidas que isso muda a tua cabeça! É maravilhoso! Uma coisa que me fez sorrir…  Chegamos em Belfast, na Irlanda do Norte, e estava muito frio! Neve caindo no rosto e um vento que cortava o coração! rsrsrrs  Fiquei pensando no calor de São Luís… das praias! Nossa, que planeta interessante nós temos, hein!  Ah! mas dá pra sugerir muitas passagens acolhedoras em outros países…   Um exemplo: fui a um bar de “reggae roots, num “gueto” de Valência, na Espanha. Foi muito bom, pois as músicas que rolavam, me lembrava do “Bar do Nelson”! rsrsrsrs

gaiattomathewsseujorge.jpgBlog: Em setembro do ano passado, aconteceu em São Paulo, o “Festival About Us”, que segue uma proposta ecológica nos mesmos padrões do Live Earth. E lá estavam como atrações, Seu Jorge, Vanessa da Mata, NX Zero, Ben Harper e o cantor sul-africano Dave Matthews Band. Sei que você é fã de cabeceira e cultua a discografia dele. Você chegou a trocar figurinhas com o cara ?

Jr. Gaiatto: Nossa! Isso foi fantástico!!! Sou fãn do Dave Matthews há mais de 10 anos… até minha mãe é!  E de repente, acontece isso…Foi assim…    quando eu soube que tocaríamos no mesmo evento, preparei uma gaita gravada com o nome dele na Bends Harmônicas, empresa da qual sou endorse. Assim que chegamos no local do show, a produção nos avisou que ele viria especialmente mais cedo só pra assistir ao show de Seu Jorge, pois já havia adquirido o CD “América Brasil” e que já curtia muito o som desse brasileiro! Quando fomos apresentados e dei a gaita de presente, gravada com o seu nome, ele só dizia: –  I can’t believe! I can’t believe! (rsrsrsrs) Depois disso, assisitiu ao nosso show de pé ao lado do palco!!!  Quando acabamos de tocar, veio correndo e me pedindo pra esperar… agradeceu a gaita super empolgado e ficou repetindo pra todos da banda: -He’s the best!  Não acreditei! Que maluco! (rsrsrsrsr) Então, perguntei se eu poderia conhecer o Boyd Tinsley, violinista de sua banda… Ele me respondeu: -Boyd no! You be better! Consegue acreditar!!! Não se trata de comparações, e sim de causar um tipo de reação dele à minha musicalidade que eu nunca esperaria! Depois de assistir ao seu maravilhoso show com sua banda, conversamos novamente no camarim e ele perguntou a minha esposa, apontando para mim: – Você sabe o quanto ele é bom músico? Ela disse: -Sei! Por isso que estamos juntos. Foi maravilhoso fazer esse contato. Voltei pra casa acreditando mais ainda que devemos continuar buscando o melhor lado das coisas… o melhor lado da vida.

Blog:: Fale da sua participação no disco do músico angolano Felipe Mukenga, produzido pelo cantor e compositor Zeca Baleiro ? (Inclusive o disco estava previsto para ser lançado em fevereiro deste ano ???)

Jr. Gaiatto: O Zeca é fantástico, né? Pra mim, já foi bola na rede quando atendi ao telefone sendo chamado pra participar de um CD que ele estava produzindo. Melhor ainda, gravar minha gaita em uma música do Mukenga, angolano que ataca com música na Europa, inclusive, seu trabalho atualmente está na trilha sonora de uma novela em Portugal.

Blog: Você está vivenciando um momento de realização profissional. Não causa um incômodo saber que a turnê do Seu Jorge tenha visitado a maioria das grandes capitais e cidades brasileiras, sem falar nas metrópoles gringas, e ainda não conseguiu chegar em São Luís ?

Jr. Gaiatto: Chegamos onde eu queria… É…  incomoda muito! Queria mesmo que as pessoas na ilha pudessem ver esse show. Fiz parte da cena musical de São Luís por oito anos. Sei que seria um marco esse show na cidade. Tenho certeza que todos iriam se divertir muito. É muito diferente…  Mas saber que a minha cidade ainda não pode curtir o show e esse momento da música do Maranhão, me incomoda bastante Cabe aos produtores locais dar essa oportunidade aos ludovicenses… Eu tenho tentado alguns contatos, mas…

Blog: E por falar em São Luís e da distância que hoje separa você da ilha. Qual a leitura que você faz da cidade sempre que a visita ?

Jr. Gaiatto: Linda!!! A cidade está linda! Crescendo.  mais gente, mais prédios, muito mais carros e muito mais violência! É o efeito do progresso com vantagens e desvantagens. Precisamos ter mais atenção, hein gente!!! Não vou deixar de falar sobre isso, justamente por amar São Luís…

Blog: Você constituiu família. Conquistou o seu espaço como músico. O que achas que ainda falta a realizar ? Qual o pedido faria a 2009 ?

Jr. Gaiatto: O meu filho Nicholas é a melhor coisa do mundo. Nada disso teria tanto sentido sem ele. Todos os meus sonhos e desejos são almejados por conta do quero proporcionar coisas boas a ele, em especial, educação. A minha mãe é outra peça importante em minha vida. Ele me deixava fazer tanto barulho em casa, enquanto os meus amigos estavam fazendo faculdade! Nessa Santíssima Trindade, também está a minha esposa. É uma grande parceira que atura todas as neuroses, chatices e ansiedades que um músico tem! (rsrsrsrsrsrsrs). Portanto, são três prioridades que tenho na vida: Só peço saúde, felicidade e muito trabalho em 2009, 2010, 2018… 2032 e por aí vai…

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‘Música é uma coisa só’

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rossi.jpgO cantor pernambucano Reginaldo Rossi é uma das atrações da Virada Cultural, que acontece no fim de semana, em São Paulo. Entre todos os palcos do evento, um dos mais comentados é o do Largo do Arouche, que já foi apelidado como “palco cafona” e “palco brega”, por conta da escalação de músicos como Benito Di Paula, Wando, Odair José, Wanderley Cardoso e Beto Barbosa.

Em entrevista, Reginaldo Rossi esbanjou simpatia e com o jeitão descontraído, irreverente disparou geral contra o conceito preconceituoso do que é “brega” e “chique”. Diz ainda que na condição de ouvinte está aberto a todos os estilos musicais.

Entrevista: O palco do Largo do Arouche já foi apelidado de “palco brega” por conta dos artistas que lá se apresentarão. Como você se sente na companhia de músicos como Wando, Benito Di Paula e Odair José?

Reginaldo Rossi: A minha expectativa é de cantar com o Pavarotti, o Bocelli e com a Orquestra Sinfônica de Berlim. Não tem essa história de brega e chique, música é uma coisa só, todo mundo é músico.

Eu escuto Bocelli, Calcinha Preta, Amado Batista, não tenho essa frescura não. Para mim é um prazer cantar com o pessoal. Infelizmente a hipocrisia é geral, então criou-se uma cultura que diz que Gil, Caetano e Gal são chiques, enquanto Amado Batista é brega.

É assim que surgem esses modelos, como o que é apresentado às mulheres, que a moda diz que precisam ser esqueléticas. Se a minha mulher ficar magérrima, boto ela na rua.

As pessoas costumam brincar com a música brega, mas todo mundo conhece os refrões de “Garçom” e “Mon amour, meu bem, ma femme”.

Eu não tenho idade para fazer mentira. Eu narro os fatos. Falo um português ótimo e não tenho vergonha nenhuma. Canto no show músicas que retratam a realidade da vida. Canto brega em francês, inglês, árabe, israelita…

Entrevista: Que tipo de público você acha que esse palco vai atrair?

Reginaldo Rossi: Eu acho que vai comparecer todo tipo de público, porque o povo não tem vergonha. Alguns intelectuais sabem que o orgasmo da empregada e da socialite é igual, mas tem gente que ainda pensa diferente. As pessoas que já venceram essa barreira vão aparecer.

Entrevista: Qual a sua relação com o centro velho de São Paulo? Você já fez algum show num espaço público como o Largo do Arouche?

Reginaldo Rossi: Diversos, milhares. Morei na região do Largo do Arouche, na Rua Baronesa de Itu, Rua das Palmeiras… ali foi o meu pedaço. Nós sentávamos ali na pracinha, onde havia diversos bares com mesas na calçada, perto do Dinho’s, um restaurante luxuoso. Eu frequentava o Um, Dois, Feijão com Arroz, onde tocava bastante.

Lembro que fui para lá garotão, já no final da adolescência. Tenho muitas saudades da boca do luxo, daquelas prostitutas todas lindas que frequentavam as boates com música ao vivo. E também da paz que reinava, bem diferente de hoje. Lá estou em casa.

Entrevista; Como você se prepara antes de um show para tanta gente? Existe algum ritual que sempre é seguido?

Reginaldo Rossi: Não me preparo. Estou sempre preparado. Tem muito artista cheio de frescura. Eu não, eu vou, canto agora, canto de tarde, se tomar quatro uísques eu canto, se não tomar nada eu canto do mesmo jeito. Não faço exercício para a garganta. Não tem frescura.

Entrevista: E depois da apresentação, o que você pretende fazer?

Reginaldo Rossi: Não sei que horas é o show. Quando eu era mais jovem ia pra gandaia, agora não sei se vou – risos.

Programação

19h30 – Benito Di Paula
21h30 – Luís Ayrão
23h30 – Wando
01h30 – Reginaldo Rossi
03h30 – Beto Barbosa
05h30 – Wanderley Andrade
07h30 – Bartô Galeno
09h30 – Jane e Herondy
11h30 – Silvio Brito
13h30 – Odair José
15h30 – Wanderley Cardoso

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Samba com guitarra

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Caetano Veloso abriu o verbo e comentou com a imprensa sobre o novo disco “Zii e Zie”. Uma formação com guitarra, baixo e bateria, a clássica formação de uma banda de rock, mas mesmo assim de samba. Essas foram as palavras do próprio artista, no texto de divulgação do CD. Para Caetano, o disco, que se chamaria Transamba, permaneeu como subtítulo do trabalho.  O nome samba não está ali à toa: Caetano gravou um álbum do gênero.

Além do subtítulo Transambas, na contracapa, aparece o nome bandaCê. É o grupo que acompanha o cantor desde o disco Cê, de 2006: Pedro Sá na guitarra, Ricardo Dias Gomes no baixo e Marcelo Calado na bateria. O primeiro na casa dos trinta anos, os outros dois na casa dos vinte, injetando um novo fôlego na obra do sexagenário Caetano.

Segundo Caetano, das 13 faixas do álbum, duas são regravações: “Incompatibilidade de Gênios”, de João Bosco e Aldir Blanc, e “Ingenuidade”, de Serafim Adriano.  Os dois sambas foram gravados por Clementina de Jesus num álbum de 1976. Disse Caetano: “‘Incompatibilidade de Gênios’ e ‘Ingenuidade’ estão em Zii e Zie porque são as faixas núcleo daquele disco, as que ficaram sempre acesas na memória”.

“O Rio de Janeiro é citado explicitamente nas belas “Sem Cais”, “Falso Leblon” e “Lapa”, declarou Caetano. Há espaço também para referências políticas, de Lula e FH (“Lapa”) a Osama e Condoleeza (“Diferentemente”), passando, é claro, pela “Base de Guantánamo” em que o governo americano encarcera suspeitos de terrorismo sem direito a defesa”.

O novo Caetano chega às lojas essa semana. A turnê do disco estreia no dia 8 de maio, no Canecão, no Rio de Janeiro.

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A Santa Levada do DJ Zod

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djzod1.jpgMaranhense radicado no Rio de Janeiro, Luis de França, ou como é mais conhecido, DJ Zod, está em São Luís. Ele é o anfitrião da festa Santa Levada, nesta quinta, 9, em São Luís. Tradicionalmente realizada na quinta-feira Santa, a Santa Levada começou no bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro, mas não demorou muito a aportar em terras maranhenses. Confira com o DJ um pouco sobre a história e o que vai rolar nesta festa:

Como surgiu a idéia de criar a Santa Levada?

DJ.Zod: A festa Santa Levada, é a criação de uma versão dançante, do bairro em que eu moro, Santa Teresa, no RJ! Alegre, irreverente, bem brazuca.

Como você decidiu trazer a Santa Levada para São Luís?

DJ.Zod: Uma amiga chamada Marcia Torres, que é de S. Luís, me viu discotecando em uma festa aqui no Rio. Gostou muito e falou para o Pedro Sobrinho. Eu estava de viagem marcada para São Luís. Aí, Marcia e o Pedrinho me fizeram a proposta de fazer uma festa na Semana Santa. O nome Santa Levada caiu como uma luva.

E sobre o setlist? Aqui em São Luís são poucas as festas que possuem uma “discotecagem” nacional. Qual a inspiração para montar um setlist “brazuca”?

DJ.Zod: Uma das coisas que eu percebi, no início da minha carreira como DJ foi a falta de música brasileira e também de outros ritmos, como salsa, música africana e do Oriente Médio nas pistas e festas em geral. Então ataquei com todo o poder de inspiração que a nossa música brasileira tem e, em seguida, mostrando os ritmos regionais e mundiais também. Viva a música brasileira! 

Este ano a Santa Levada mudou de endereço. Vai rolar no botequim Espelunca Chic, que certamente dará uma cara bem carioca à festa. E aí? Qual a expectativa para tocar neste novo espaço?

DJ.Zod: É a melhor possível. Discotecar em ambiente carioca e maranhense é sempre uma grande alegria principalmente junto com Dj Franklin e o Dj Pedro Sobrinho. Viva a Lapa, Praia Grande, Ponta d’areia  e Santa Teresa!!!!

Para o público que já está ansioso pelo dia 9, qual recado que você deixa para eles?

DJ.Zod: Vamos dançar. Embolar. Requebrar. Suingar!!!!!!

Fonte: Flávia Lemos (Jornalista)

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